Conselho Universitário da Ufac aprova criação da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac) aprovou na manhã de ontem, 29, a criação da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes). A nova pró-reitoria tem a finalidade de promover políticas públicas focadas no desenvolvimento estudantil, acompanhando o estudante do início até a conclusão de seu curso na Ufac.
A Proaes irá monitorar o aluno desde sua entrada na instituição, com informações que podem influenciar diretamente na qualidade e na conclusão do curso. Questões socioeconômicas e pessoais que, às vezes, levam o estudante a desistir da graduação serão acompanhadas pela Proaes, por meio das diretorias e coordenadorias especializadas.
A nova pró-reitoria será o ponto de referência para os acadêmicos no que diz respeito à ajuda de custo, moradia, bolsas-auxílio, apoio psicossocial e orientações profissionais.
Atualmente, existe uma diretoria ligada à Pró-Reitoria de Extensão, que é responsável por parte desse trabalho. Trata-se da Diretoria de Arte, Cultura e Assuntos Estudantis (Dacae), que será desintegrada para que uma política de assuntos estudantis seja prioridade na instituição.
Para o diretor da Dacae, Antônio Carlos Fonseca Pontes Júnior, com a criação da pró-reitoria, a Ufac vai garantir que os alunos iniciem e concluam seus cursos. “É necessário que os alunos sejam bem atendidos e se sintam integrados à universidade. Muitos dos nossos alunos desistem ou demoram um tempo maior do que o previsto para concluir uma graduação. A grande questão é saber o motivo de tudo isso. Essa é a nossa proposta. Estaremos ligados diretamente aos alunos, procurando saber o que eles querem e necessitam, o que pensam e como poderemos melhorar o ensino para que todos possam ter o direito e o acesso ao ensino superior”, destacou Pontes Júnior.
A desistência acontece porque muitos alunos priorizam outras atividades, sejam relacionadas à família ou ao trabalho. Segundo o Ministério da Educação (MEC), cerca de 45% dos alunos da região Norte têm renda média familiar de R$ 415. De fato, suas atividades fora da universidade podem comprometer a continuidade do curso superior.
A não atuação na área de formação também será avaliada e monitorada pela nova pró-reitoria. “Muitos alunos não trabalham na área na qual estão se formando ou para a qual se formaram. Isso gera uma grande preocupação na Ufac. Formamos profissionais em uma área e eles migram para outra. Em alguns cursos, por exemplo, temos alunos que desistiram porque foram aprovados em concursos públicos, que, muitas vezes, não estão relacionados diretamente à sua área de formação. Isso deve ser avaliado pela instituição como um caso sério”, ponderou o diretor Pontes Júnior.
Para a aluna do 5º período de História (bacharelado), Lauane Laura da Silva, a criação da nova pró-reitoria tem por objetivo aproximar a universidade dos alunos. “Muitos dos meus colegas de curso desistiram, pois não tinham condições financeiras para poder vir até a Ufac. Problemas que antes tínhamos que ‘dar conta’ sozinhos, sem nenhuma orientação, agora podem ser solucionados com o apoio de uma pró-reitoria especialmente dos alunos. A nossa satisfação é indescritível”, comemorou a acadêmica.