Cruzeiro do Sul tem novos profissionais de nível superior
Cruzeiro do Sul, no extremo ocidente da Amazônia brasileira, ganhou oitenta e sete novos profissionais, em nível de terceiro grau, na noite de sexta-feira (27 de maio), com uma formatura conjunta das áreas de Enfermagem, Letras/Inglês, Letras/Português, Biologia e Engenharia Florestal, em solenidade que contou com as presenças, entre outras autoridades, da reitora Olinda Assmar e do senador Jorge Viana.
Com o plenário do belo Teatro dos Nauas lotado por familiares e amigos dos formandos, a cerimônia de colação de grau transcorreu em clima de muita emoção, principalmente por parte aqueles que lembravam que há pouco mais de vinte anos, quando a Universidade Federal do Acre (Ufac) ainda não havia chegado à cidade, a formação superior só era possível para quem podia pagar os estudos fora do seu domicílio.
E foi exatamente os benefícios com a expansão da Ufac para fora dos seus muros na capital do Estado o tema recorrente na maioria dos discursos dos diversos oradores, que fizeram questão de enfatizar que somente dessa forma, com a socialização do ensino superior, via formação dos mais diversos segmentos da população, é possível uma efetiva contribuição para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil.
Primeira turma de engenheiros florestais - Entre esses novos profissionais formados pela Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, destaque para os quatorze primeiros engenheiros florestais, cuja importância para o desenvolvimento regional é inegável, cogitando-se, inclusive, que o aproveitamento deles pelo mercado de trabalho seja imediato.
“É um motivo de muito orgulho para mim a formação da primeira turma de engenheiros florestais no Vale do Juruá, porque aqui é um lugar que apresenta 95% de florestas nativas, possuindo um grande potencial de exploração”, diz a professora M.Sc. Millan de Andrade Fontenele, coordenadora do curso de Engenharia Florestal do Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.
Além disso, ainda no dizer da professora Millan de Andrade Fontenele, “do ponto de vista prático, devido a esse grande potencial florestal existente aqui no Vale do Juruá, ao qual eu me referi anteriormente, acredito que esses recém formados, assim como os que se formarão nas próximas turmas, têm toda a condição de serem rapidamente absorvidos pelo mercado de trabalho”.
Projeto piloto - Para o agora profissional Eugênio Moura da Costa, fazer parte da primeira turma de engenheiros florestais de Cruzeiro do Sul já lhe garante um lugar na história, pelo caráter pioneiro da sua formação. Mas diz que foram muitas as dificuldades enfrentadas para chegar até esse almejado dia, justamente pela condição de participar do que ele chama de “projeto piloto de ensino”.
“Apesar das inúmeras dificuldades”, explica Eugênio Moura da Costa, “nós, eu e os meus colegas de curso, temos consciência de que Cruzeiro do Sul, especificamente, assim como o Vale do Juruá, de maneira mais geral, tem muito a ganhar com a formação de engenheiros florestais aqui na cidade, o que significa, no meu entender, profissionais totalmente integrados à realidade regional”.
“Para se ter uma idéia de como a formação de engenheiros florestais aqui em Cruzeiro do Sul é necessária”, continua Eugênio Costa, “vários dos nossos colegas de turma já estão trabalhando, enquanto que outros têm proposta de trabalho. Alguns, inclusive, no caso aqueles que pretendem continuar investindo na própria formação, já estão até cursando mestrado em universidades do sul do país”.
Francisco Dandão