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Curso de Medicina da Ufac ganha prêmio InovaSUS

por Ascom02 publicado 07/04/2016 08h00, última modificação 07/04/2016 09h39
Conquista pelo 1º lugar na final do concurso na região Norte garante R$ 130 mil para projeto ‘Preceptor, Tutor e Mentor’

O curso de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac) está entre os grandes destaques do prêmio InovaSUS 2015: Gestão da Educação na Saúde. Com o projeto “Preceptor, Tutor e Mentor: construindo as novas faces da docência no curso de Medicina da Ufac”, a instituição garantiu o primeiro lugar na classificação final para a região Norte e receberá R$ 130 mil para aplicação e execução do projeto.

O concurso, promovido pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), premia projetos e experiências inovadoras na gestão do trabalho e da educação na saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Foi com muito entusiasmo que recebemos a notícia do resultado final com nossa classificação em primeiro lugar. Essa é uma premiação que dá reconhecimento nacional ao nosso curso e ao Acre e nos traz, principalmente, a possibilidade de valorização dos nossos docentes, o que trará impacto direto e indireto à comunidade em geral, através da integração dos serviços de saúde com os cursos de formação”, destacou o coordenador do projeto, professor Rodrigo Silveira.

A ideia do projeto é potencializar o processo de transformação curricular do curso de Medicina da Ufac, criando as bases para o desenvolvimento de competências que incorporem à prática docente a ênfase em metodologias ativas e protagonismo estudantil, uma tendência de alternativa ao modelo tradicional de ensino-aprendizado desenvolvida, hoje, nas principais faculdades de Medicina do país.

“A experiência que dá origem a esse projeto é de 2012, quando, em parceria com a Associação Brasileira de Educação Médica [Abem], nós iniciamos o projeto de formação de preceptores no Acre”, explica Silveira. “No ano passado, houve a segunda fase do projeto e, hoje, contabilizamos 30 preceptores formados aqui. O projeto premiado é um desdobramento dessas ações anteriores.”

A nova etapa do projeto prevê, agora, a oferta de oficinas em tutoria e desenvolvimento de mentores, além da oferta de realização de mais duas turmas do curso de Preceptoria da Abem, beneficiando mais 60 professores e preceptores, não apenas médicos, mas todos os profissionais que estão em contato com os estudantes ao longo do curso, nas unidades de saúde.

Participam do projeto selecionado os professores da Ufac Thor Dantas, Fernanda Lage, Dênys Fujimoto e Rodrigo Pinheiro. Há, ainda, a colaboração de uma professora da Universidade de São Lucas (RO) e uma professora da Universidade de Viçosa (MG).

Os três eixos de ação do projeto

Preceptoria: atualmente, todos os estágios obrigatórios do curso de Medicina da Ufac são realizados em unidades do SUS em seus três níveis de atenção. Esse modelo destaca a importância da presença da figura do preceptor para o bom andamento do curso. O perfil do preceptor contempla aquele professor que está ao lado do aluno no contexto da prática médica. O projeto vai ofertar um curso dividido em três módulos, com carga horária de 280 horas.

Tutoria: a tutoria é uma estratégia de ensino centrada no aluno que desenvolve a habilidade de aprender a aprender. O perfil do tutor congrega habilidades de facilitação e estímulo ao aprendizado, principalmente em pequenos grupos, frente a situações-problemas definidas previamente.  A previsão do projeto é adotar a tutoria em todos os períodos anteriores ao internato, com a integração de dez alunos para cada tutor.

Mentoria: a estratégia de orientação por mentor é a que mais precisa ser trabalhada nos cursos envolvidos com o projeto, uma vez que ainda não é adotada nos cursos da Amazônia Ocidental. O perfil do mentor extrapola a prática docente, voltada para aspectos profissionais, trabalhando também aspectos pessoais subjetivos relacionados ao desenvolvimento da prática médica.

O mentor é aquele que tem uma relação mais próxima ao aluno, que guia o desenvolvimento profissional, orientando e estimulando os estudos e o desenvolvimento progressivo da autonomia na profissão. A proposta do projeto é realizar oficinas participativas (professores, preceptores e alunos) para a construção da proposta e a realização de grupos nos moldes dos “Grupos Balint” (reuniões mediadas, geralmente, por um profissional da saúde mental —psicologia, psicanálise ou psiquiatria— , voltadas ao processo de reflexão sobre determinada prática), direcionados para os docentes que participarão da estratégia, com o objetivo de refletir sobre a prática realizada, criando um processo de desenvolvimento docente voltado, especificamente, para esse tipo de orientação.

Postado em: 6/4/2016