Professores da Ufac aprovam projeto em parceria com Universidade da Flórida

A floresta amazônica no Estado do Acre tem sido, historicamente, alvo de grande ação do homem. Como consequência, transforma-se em áreas para atividades agropecuárias e urbanas. Grande parte dessa mudança no uso da terra se deve à abertura de estradas no Estado, as quais facilitam o acesso a grandes extensões de floresta, causando seu desmatamento. Além disso, essa situação é agravada pelas mudanças climáticas globais, que podem afetar a biodiversidade florestal e tornar a floresta uma fonte de emissão de gases de efeito estufa.

Dessa forma, a comunidade científica internacional tem buscado ampliar o entendimento de como a biodiversidade e os ecossistemas florestais são afetados por essas alterações ambientais. Busca-se, também, compreender o papel das comunidades tradicionais na conservação das florestas e como conciliar essa conservação com a melhoria da qualidade de vida dessas comunidades.

Esses são os pontos norteadores do projeto “Capacity Building for Participatory Monitoring of Changing Forests in Sustainable Use Areas of the Southwestern Brazilian Amazon” (Capacitação para o Monitoramento Participativo de Mudanças Florestais em Áreas de Uso Sustentável do Sudoeste da Amazônia Brasileira), o qual resulta de uma parceria entre professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Universidade da Flórida (UF).

Os professores da Ufac envolvidos integram o programa de pós-graduação em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais. Sabina Cerruto Ribeiro, do curso de Engenharia Florestal, é a coordenadora do projeto. Fernando Augusto Schmidt (Ecologia) e Foster Brown (Parque Zoobotânico) também compõem a equipe. Pela UF participam o professor Stephen Perz e a pós-doutoranda Galia Selaya, reforçando a histórica cooperação acadêmica entre Ufac e UF.

O projeto foi submetido e aprovado em edital promovido pela Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos (U.S. National Academy of Sciences — NAS), em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (United States Agency for International Development — Usaid). Seus dois objetivos principais são aumentar o entendimento sobre a biodiversidade florestal e o estoque de carbono no sudoeste amazônico e  aumentar a capacidade de comunidades extrativistas em usar esse conhecimento para realizar o manejo sustentável de suas áreas.

Com duração de dois anos, o projeto conta, para sua gestão financeira, com o apoio da SOS Amazônia. Grande parte das atividades serão desenvolvidas na reserva extrativista Chico Mendes. A expectativa da equipe é que os resultados do projeto sejam referência para o monitoramento da saúde das florestas no Acre bem como da sua conservação e uso sustentável no século 21.

Postado em: 11/1/2016