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Projetos do Arboreto da Ufac farão parte de publicação nacional

por Ascom02 publicado 27/09/2013 09h50, última modificação 27/09/2013 09h55
Portfólio a ser produzido pela Associação ProSciense mostrará experimentos de sucesso em restauração florestal

O Arboreto e um grupo de agricultores ecológicos da reserva do Humaitá, em Porto Acre, terão suas experiências com restauração florestal e recuperação de pastagens degradáveis transformadas em portfólio. Como um dos sete setores do Parque Zoobotânico (PZ) da Universidade Federal do Acre (Ufac), o Arboreto tem o objetivo geral de desenvolver pesquisa e educação agroflorestal para comunidades tradicionais do Acre.

O portfólio será produzido pela Associação ProScience, empresa de consultoria contratada pelo “Programa Água Brasil”, que é uma parceria entre a Fundação Banco do Brasil, o WWF-Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA) para descrever as experiências bem sucedidas nos biomas brasileiros.

Dos dias 16 a 23 de setembro, a Ufac recebeu Simone Bazarian e Maria Rosa, da Associação ProScience, que visitaram o PZ e o assentamento do Humaitá, registrando as experiências que serão publicadas no portfólio, publicação que conterá uma coleção de experimentos que deram certo, relacionados à restauração florestal.

No PZ, os projetos foram iniciados há 33 anos por técnicos do Arboreto, e na propriedade do agricultor Valdir Silva, localizada a 29 quilômetros da capital acriana, há 11 anos.

Conhecimento e ciência: experiência de sucesso

Para o agricultor Valdir Silva, os projetos do Arboreto acolhidos em sua propriedade rural foram muito além de um experimento: eles representaram a mudança e o sucesso alcançado até hoje. Silva é um dos assentados no Humaitá de Porto Acre. Ele aceitou a implantação dos projetos de restauração florestal que a Ufac disponibilizou aos proprietários de terra do assentamento. “Foi a melhor coisa que eu fiz”, ressaltou, ao mostrar como estão os resultados implantados pelos técnicos da universidade em meados de 2002.

Após a implantação das técnicas levadas pelo Arboreto, a fauna e a flora começaram a recompor-se em sua propriedade. “Voltamos a ver capivaras e tatus, coisa que já fazia tempo que não se via”, comentou Silva. Novas possibilidades começaram a surgir naquela região. João Bosco, técnico do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), participa desde o início do projeto no Humaitá. “Quando começamos, todos os dias estávamos cavando, plantando, medindo...”, disse. “Isso em todas as propriedades que os agricultores toparam reflorestar”.

Há mais de dez anos sem utilizar queimada em sua terra, Silva exibe as técnicas levadas pelos profissionais da universidade e mantidas até hoje, como a adubação verde, com utilização de leguminosas, tipo o feijão-de-porco e a mucuna-preta (feijão-da-flórida), para conter a invasão do capim e manter o solo úmido e fértil por todo o ano. Sem utilizar fogo nem agrotóxicos, a propriedade de Valdir Silva é um exemplo de preservação e restauração florestal que atraiu o olhar do “Programa Água Brasil”, pela capacidade de restauração que teve nos últimos anos. Simone Bazarian e Maria Rosa, da Associação ProScience, conheceram a área reflorestada.

O analista de conservação do “Programa Amazônia” do WWF-Brasil, Flavio Quental, também participou do processo de implantação dos projetos do Arboreto no assentamento do Humaitá. Segundo ele, o Vale do Rio Acre, no leste do Estado, faz parte do arco do desmatamento na Amazônia brasileira, compondo um cenário que evidencia a necessidade de alternativas na construção de um desenvolvimento regional em bases mais sustentáveis.

Postado em: 27/9/2013