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Professor Paulo Bernarde fala sobre sua pesquisa envolvendo sapos, cobras e lagartos

por Ascom02 publicado 20/11/2014 09h05, última modificação 20/11/2014 09h11

O cientista Paulo Sérgio Bernarde, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac) lotado no Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, é uma dessas pessoas das quais se pode dizer que passou a maior parte da sua vida no meio de sapos, cobras e lagartos. Aos 42 anos recém-completados, Bernarde pesquisa anfíbios e répteis desde 1992, quando fazia graduação em Biologia na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Em 1997, um ano após se tornar biólogo, Bernarde ingressou no mestrado em Zoologia, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), escrevendo uma dissertação cujo tema era a ecologia de anfíbios (sapos, rãs e pererecas) no município de Londrina. No doutorado, concluído em 2004, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (Unesp) de Rio Claro, foi a vez de Bernarde mergulhar fundo no estudo das serpentes.

A Amazônia como rumo e destino

O objeto de paixão e pesquisa do biólogo Paulo Sérgio Bernarde o levou a empreender uma caminhada rumo à Amazônia em seguida à conclusão do seu doutoramento. E assim, em 2005, ele prestou concurso para professor da Ufac em Cruzeiro do Sul, onde está até os dias de hoje, pesquisando, orientando trabalhos acadêmicos e ministrando disciplinas nos cursos de Ciências Biológicas, Enfermagem, Agronomia e Engenharia Florestal.

“Aqui no Alto Juruá, em parceria com dois professores e amigos também do Campus Floresta, no caso Reginaldo Machado e Luiz Carlos Turci, desenvolvemos pesquisas sobre a diversidade e a ecologia de anfíbios e répteis na Resex [Reserva Extrativista] Riozinho da Liberdade e na floresta do baixo rio Moa. Essas pesquisas resultaram em vários artigos divulgando a riqueza de espécies da região e novos registros geográficos para o Acre e também para o Brasil”, explicou Paulo Bernarde.

Pesquisas documentadas em livros

Todos esses anos de pesquisas já renderam a Paulo Bernarde a publicação de quatro livros: “Anfíbios e répteis – Introdução ao estudo da herpetofauna brasileira” (2012); “Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Acre” (2012); “Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos em Rondônia” (2012), em conjunto com Luiz Carlos Turci e Saymon de Albuquerque; e “Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Brasil” (2014).

Um quinto livro, desta feita em parceria com os professores Luiz Carlos Turci e Reginaldo Machado, está sendo preparado para publicação no primeiro semestre do próximo ano, sob o selo da Editora da Universidade Federal do Acre (Edufac). “Trata-se de um guia das serpentes do Alto Juruá com fotos de todas as espécies e informações sobre a biologia das mesmas, hábitos alimentares e habitat, e também sobre os envenenamentos e os primeiros socorros em caso de acidente ofídico”, disse Bernarde.

Acidentes ofídicos no Brasil

Direcionado para estudantes e profissionais de Ciências Biológicas, Ecologia, Medicina, Enfermagem, Saúde Coletiva, Medicina Veterinária, Biomedicina, Farmácia-Bioquímica, Engenharia Florestal, Engenharia Agronômica e Zootecnia, bem como para leigos eventualmente expostos a acidentes ofídicos, o livro mais recente “Serpentes peçonhentas e acidentes ofídicos no Brasil”, abrange desde a classificação e ecologia das cobras até o diagnóstico e tratamento dos envenenamentos.

“Parte do livro enfoca o reconhecimento das serpentes pela morfologia e quando a cobra responsável pelo envenenamento não é levada até o hospital, é enfatizado o diagnóstico do gênero de serpente causador do acidente pelos sintomas apresentados pela vítima, o que contribui para um tratamento mais adequado pelos profissionais da Saúde”, concluiu Paulo Bernarde.

Tudo sobre o trabalho do pesquisador Paulo Sérgio Bernarde pode ser encontrado no seguinte endereço eletrônico: www.herpetofauna.com.br.

Postado em: 20/11/2014.