Simpósio em agroecologia aponta exemplo de propriedade rural sustentável
A Universidade Federal do Acre (Ufac) sedia desde domingo, 10, no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, o I Simpósio Internacional de Agroecologia do Acre. O evento reúne pesquisadores da Colômbia, Costa Rica e de diferentes partes do Brasil com a finalidade de discutir a construção de estilos de agricultura de base ecológica e estratégias de desenvolvimento rural, tendo como referência os preceitos da sustentabilidade. A programação abrange palestras, mesas-redondas e sessões científicas.
Como parte das atividades do simpósio, pesquisadores, agricultores e assentados fizeram, na terça-feira à tarde, 12, visita técnica à propriedade Frango Norte, na estrada de Mâncio Lima, no bairro Pé da Terra, do produtor rural José da Silva Santos Filho. Nos 30 hectares que correspondem à sua propriedade, José da Silva utiliza 70% da área para plantar melancia, tomate, pimenta-de-cheiro, limão, laranja, acerola, pepino, lima, laranja, mamão e banana. A renda alcançada com o cultivo de frutas e hortaliças é complementada com criação de galinhas, suínos e com a venda de ovos.
Segundo o produtor, sua lavoura não utiliza nenhum tipo de agrotóxico ou defensivo agrícola. Em sua propriedade são utilizados adubos naturais, como esterco de galinha e restos de folhas. O agricultor garante que não falta mercado e que sua produção de ovos já abastece os comércios de Marechal Thaumaturgo, Rodrigues Alves e Ipixuna, no Amazonas.
Contudo, o produto mais rentável de sua propriedade é o mamão. Nos mercados de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima a caixa do produto é vendida a R$ 30. “O meu produto é diferente dos outros que vêm de fora do Estado porque não usa adubo químico. É um produto mais saudável. Eu quero ganhar o meu dinheiro, mas também quero a saúde do meu consumidor”, declara José da Silva.
Hoje, a propriedade Frango Norte conta com seis funcionários. José da Silva traça sonhos maiores. Quer aumentar sua produção de mamão, com o plantio de 10 mil novas mudas. A meta é levar os produtos aos mercados de Rio Branco, Brasileia, Feijó e Tarauacá. “É um desafio, mas o meu produto tem potencial: ele é 100% natural, livre de agrotóxicos”, anima-se o produtor.