Debate promovido pela Ufac tematiza ayahuasca

Com o tema “Ayahuasca, Sociedade, Cultura e Religião”, aconteceu na tarde dessa quarta-feira, 19, no Teatro Universitário, a segunda mesa-redonda sob responsabilidade da Universidade Federal do Acre (Ufac), no fórum principal da 2ª Conferência Mundial da Ayahuasca. O evento, que acontece no campus sede da Ufac até este sábado, 22, pretende estimular o debate e o intercâmbio de conhecimentos através da interação entre povos indígenas, comunidades religiosas e cientistas de diferentes áreas.

A mesa foi moderada pelo professor Clodomir Monteiro, pesquisador pioneiro do culto do Santo-Daime, que apresentou a palestra “Pensamento Alto Santo Navegando Barquinha e União da Luz”.

Segundo Clodomir Monteiro, os estudos apresentados na mesa-redonda tratam de como a ayahuasca saiu da floresta e passou a ser usada no ambiente urbano. “O movimento cresceu e as religiões [ligadas à ayahuasca] já estão estruturadas dentro da sociedade”, ressaltou. “A ayahuasca fez parte da formação da sociedade acreana.”

Monteiro revelou que está sendo pensada a criação de um centro de estudos da ayahuasca, na Ufac. “É preciso internacionalizar e continuar a dar suporte à pesquisa sobre o tema”, afirmou ele. “Temos boas perspectivas.”

O professor Wladimyr Araújo apresentou a palestra “O Continuum do Uso Religioso da Ayahuasca em Religiões Ayahuasqueiras”; Fernando Peixoto apresentou o “Esboço de uma Teologia do Santo-Daime”; Geovânia Corrêa apresentou a palestra “Tradição e Modernidade no Campo Ayahuasqueiro: uma Análise a partir dos Processos de Regulamentação e Patrimonialização da Ayahuasca no Brasil no Período de 1986 a 2016”; Fátima Almeida apresentou a palestra “Santo-Daime: a Colônia Cinco Mil e a Contracultura (1977-1983) e Jacó Cesar Piccoli falou sobre “Ayahuasca e Resistência Sociocultural dos Povos Indígenas na Amazônia Sul Ocidental brasileira”.