Roda de conversa na Ufac aborda religiões de matriz africana

Alunos do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal do Acre (Ufac) promoveram na tarde desta quinta-feira, 20, no bloco do curso, roda de conversa com pais e mães de santo de religiões de matriz africana. A atividade é o trabalho de conclusão da disciplina Arte e História da África Negra, ministrada pelo professor Écio Rogério da Cunha, e visa promover uma troca de experiências entre alunos e integrantes dessas religiões.  

Estiveram presentes no evento Raimunda Teixeira, conhecida como Mãe Raimundinha, e Eudmar Bastos, conhecido como Ogan Edy. Ele é professor e coordenador de Comunicação da Federação Acreana de Religiões de Matriz Africana. Os convidados trataram da intolerância religiosa, preconceitos e a cultura das religiões de matriz africana. 

Bastos parabenizou a universidade pela iniciativa de trazer a temática para o campus. “A universidade está fazendo o papel dela, que é ensino pesquisa e extensão, trazendo a comunidade para dentro da universidade e levando a universidade para fora dos seus muros”, disse.

A sala de aula foi decorada com objetos característicos das religiões de matriz africana. Houve apresentação de música e dança. 

Para o professor Écio, existe preconceito na sala de aula e um dos objetivos da atividade é desmistificar a crença do outro. “A intenção é buscar, dentro desse universo das religiões de matriz africana, experiências que ajudem a descobrir como se deu os processos de cada pai de santo. São histórias únicas e é importante conhecer”, opinou. “É preciso ver o outro como outro, apenas. E não pensar que o outro é pecador.” 

O aluno do 7º período do curso de Artes Cênicas, Billy Fontenelle, acredita que a arte também faz parte dessas religiões. “Para a gente que trabalha com arte, é importante estudar essas religiões”, destacou. “O candomblé tem muito essa questão da arte, nas vestimentas e nas danças.” 

O evento foi aberto ao público e contou com a presença de alunos de vários períodos.