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Laboratório de farmacologia destaca-se na Ufac
Implantado há oito anos na Universidade Federal do Acre (Ufac), o Laboratório de Pesquisa em Fisiofarmacologia (Lapffar) destaca-se, hoje, como um importante polo local de pesquisa sobre atividades biológicas de produtos naturais e/ou sintéticos bioativos. Localizado no campus de Rio Branco, dedica especial atenção a investigações de produtos naturais de espécies medicinais do Acre e da região.
Sob coordenação dos professores Dionatas Ulises de Oliveira Meneguetti e Wagner de Jesus Pinto, tendo como mentor e articulador o professor Renildo Moura Cunha, o espaço configura-se como um centro gerador de conhecimento e informações científicas. Desse modo, colabora com o avanço de pesquisas e estudos de graduação e pós-graduação da Ufac e de instituições parceiras.
Entre as parcerias, constam o Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal da Paraíba, o Instituto Superior de Ciências Biomédicas da Universidade Estadual do Ceará e o Biotério de Produção de Ratos e Camundongos do Núcleo de Biologia Experimental da Universidade de Fortaleza.
Nos cinco últimos anos, o laboratório é impulsionado pelo programa de pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionorte, sendo a Rede de Biofármacos para Amazônia composta por professores pesquisadores das Universidades Federais do Amapá, do Pará, do Amazonas e do Acre. Também é impulsionado pelo programa de pós-graduação em Ciência, Inovação e Tecnologia para a Amazônia (Cita), responsável pela produção de pelo menos seis dissertações com pesquisas desenvolvidas no local.
“Nosso primeiro projeto foi financiado pela Funtac, ainda em 2008. A partir daí pudemos adquirir os primeiros equipamentos e impulsionar as pesquisas, que já eram desenvolvidas pelo professor Renildo, nosso maior incentivador, em 2006 e 2007, com apoio de bolsistas do Pibic, naquilo que era o embrião do Lapffar”, recorda Ana Paula Azevedo Barros da Silva, mestre em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia.
Pesquisas
No momento, entre as pesquisas em curso no laboratório, destacam-se as ligadas a interfaces da farmacologia, com as áreas de fisiologia e bioquímica. Investiga efeitos analgésico, anti-inflamatório, antiedematogênico, cicatrizante, antiulcerogênico, contracturante, anticontracturante. Recentemente, trabalha com atividades cardiovasculares e mecanismos de ação de produtos naturais e sintéticos bioativos com ocorrência no Estado do Acre.
“O intuito é poder produzir um fármaco, claro, mas para isso existe um longo e necessário processo”, pontua Meneguetti, referindo-se às etapas que precisam ser vencidas no laboratório. Na prática, a descoberta de um fármaco qualquer implica no isolamento de um composto que seja capaz de desempenhar alguma atividade biológica; analgésica ou anti-inflamatória, por exemplo.
“Ocorre que, no laboratório, durante as etapas de execução necessárias ao isolamento das substâncias, descobre-se, muitas vezes, que esse procedimento de separação pode impactar na sinergia das sustâncias e aquele efeito esperado acaba inativado”, detalha o pesquisador.
“Podemos pensar que isso não é ruim. Estamos descartando a possibilidade de produzir aquele fármaco. Mas não é. Na verdade, essa é a função do nosso laboratório. A nossa região possui muitas pessoas que utilizam plantas medicinais para fins terapêuticos que não tem comprovação científica, além de pesquisar a busca de produção de novos fármacos. Nós estamos aqui também, podendo comprovar o conhecimento tradicional e potencializar a produção de fitoterápicos”, complementa o coordenador do laboratório.
Equipe
Além do coordenador, fazem parte, atualmente, da equipe do Lapffar: Efraim dos Santos Ferreira e Natasha Pinheiro Melo Brozzo, mestrandos do Cita; Ana Paula Azevedo Barros da Silva, mestre em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia, atuando em colaboração na execução dos projetos vigentes; Eduardo Andrande Gonçalves, docente efetivo e mestre em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia, vinculado ao Centro de Ciências da Saúde e do Desporto, atuando em colaboração na execução dos projetos vigentes; Roberta de Freitas Lopes, doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia; e Fernanda Portela Madeira, técnica em laboratório e mestranda em Ciências da Saúde.