Você está aqui: Página Inicial > Notícias da UFAC > Notícias de 2017 > Livro discute ressignificação da identidade acreana
conteúdo

padrao

Livro discute ressignificação da identidade acreana

publicado: 06/04/2017 10h48, última modificação: 06/04/2017 10h48

Um lançamento da Editora da Universidade Federal do Acre (Edufac), “Acreanidade: Invenção e Reinvenção da Identidade Acreana”, discute a ressignificação da identidade acreana protagonizada pelo governo da Frente Popular, no período de 1999 a 2006, na gestão autodenominada de Governo da Floresta. A obra está disponível gratuitamente na internet, através do endereço issuu.com/edufac/docs/acreanidade. 

De autoria da professora Maria de Jesus Morais, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), o livro destaca “os usos e abusos da manipulação da memória coletiva, em torno, principalmente do nome de Chico Mendes”, partindo de três questionamentos: o porquê da visibilidade e importância dadas ao discurso identitário no período de 1999 a 2006; os projetos políticos e econômicos vinculados àquele discurso; e os elementos utilizados para construção do discurso identitário. 

O livro é resultado da tese de doutorado da professora, defendida em dezembro de 2008, sob orientação de Rogério Haesbaert, no programa de pós-graduação em Geografia, da Universidade Federal Fluminense. “A tese, como de praxe, sofreu algumas adequações para o formato de livro, mas na sua essência permanece tal qual foi escrita e pensada”, salienta a autora. “Passados nove anos, desde a data da minha defesa, essas questões ficam mais claras, principalmente no que diz respeito aos projetos políticos que estão em curso no Estado do Acre, como o programa de mercantilização da natureza.”

Com 339 páginas, “Acreanidade: Invenção e Reinvenção da Identidade Acreana” encontra-se dividido em cinco capítulos: “Território, Identidade e Memória: Tramas Conceituais para Pensar a ‘Acreanidade’”; “Gênese da ‘Acreanidade’: a Revolução Acreana. Gênese do Acreanismo: o Movimento Autonomista do Acre”; “A Ressignificação da Identidade Acreana: o Movimento Social de Índios e Seringueiros como Símbolo da ‘Defesa da Floresta’ e do ‘Verdadeiro Acreano’”; “A Formação do Partido dos Trabalhadores no Acre: O Governo da Floresta e o ‘Discurso Florestânico’”; e “(Re)inventando o Passado: a Revitalização do Patrimônio Histórico e Cultural do Acre — Criação de ‘Espaços de Memória’ e ‘Invenção de Tradições’”.

“A ‘acreanidade’, termo criado pelo Governo da Floresta no período de 1999 a 2006, diz respeito a ressignificação da identidade acreana. Essa ressignificação está pretensamente ancorada na trajetória de índios e seringueiros no Acre, sem, no entanto, negar os signos identitários anteriores”, explica a autora sobre o termo que titula a obra. “É o sentimento de pertencimento: do povo acreano ao território do Acre, construído discursivamente através da suposta valorização da trajetória dos homens que fizeram o Acre.”