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Observatório de Discriminação Racial realiza exposição no Casarão
O Observatório de Discriminação Racial do Acre, projeto da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg), da Universidade Federal do Acre (Ufac), realizou na última sexta-feira, 12, uma exposição no Casarão, com os resultados de um ano de pesquisa.
Para a coordenadora do observatório, professora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Flávia Rocha, um dos objetivos da exposição é denunciar o racismo no Acre. “Algumas pessoas dizem que não existe racismo no Acre e estamos mostrando que isso não é verdade”, opinou. “As primeiras pesquisas provam que a maioria da população acreana é autodeclarada negra, como mostra o IBGE, e que o nível de racismo é muito alto.”
Flávia ressaltou a importância dos investimentos da Ufac no projeto. “Os resultados que tivemos em um ano de trabalho é fruto dos investimentos da instituição no projeto, que garantiu pesquisadores e recursos para que o observatório funcionasse bem”, acrescentou.
A exposição é resultado de pesquisas feitas durante o último ano, em que um grupo de mais de 20 pesquisadores, formados por acadêmicos da Ufac, aplicou formulários de perguntas em pontos estratégicos da capital acreana para analisar se o Estado apresentava ou não índice de discriminação contra negros.
“Fomos a escolas da rede pública, UPAs [unidades de pronto atendimento], terminal urbano e órgãos públicos. Os formulários estavam sem identificação nominal dos entrevistados, para assegurar a lisura da pesquisa”, ressaltou um dos pesquisadores, Leonam Elifas.
Funcionando de maneira permanente no Acre, o observatório é resultado de uma parceria entre Ufac, Prefeitura Municipal de Rio Branco, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Uniafro e entidades civis; instituições que compõe o Fórum Permanente de Educação Étnico Racial.
Racismo
Nos painéis expostos no Casarão constavam os resultados da pesquisa, divididos por temas: “Observatório de Discriminação Racial”; “Condições de Acesso a Saúde Pública”; “Condições de Acesso a Bens de Consumo”; “Condições de Racismo e Discriminação da População Negra no Acre”; “Condições de Escolaridade e de Trabalho” e “Condições de Acessos a Bens Culturais e Imateriais”.
Um dos painéis apontou que 90% dos entrevistados afirmam que não são racistas. Contudo, 70% declararam conhecer alguém racista. A pesquisa indicou, ainda, que o racismo ocorre com mais frequência em instituições de ensino, locais públicos e no transporte público.