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Ufac debate futuro da universidade pública

publicado: 05/12/2018 15h59, última modificação: 05/12/2018 15h59

A manutenção da universidade como instituição democrática, pública e gratuita foi tema de debate promovido durante toda a manhã desta quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, no campus-sede da Universidade Federal do Acre (Ufac). Aberto à comunidade universitária, o encontro reuniu estudantes, professores e técnico-administrativos. 

Com o tema “O Futuro da Universidade na Conjuntura Brasileira”, o evento teve por objetivo discutir o papel e a relevância das universidades no Estado democrático de direito, a partir do ponto de vista de diferentes setores da sociedade acreana. Instituições públicas de ensino superior em todo o país mobilizam ações similares.

A abertura do evento foi feita pela reitora Guida Aquino, que falou sobre a dificuldade crescente de diálogo e a necessidade de fortalecimento e ampliação de canais de defesa das universidades. “Precisamos exercitar e praticar, de modo intenso, ações que possam fortalecer a atuação de todas as instituições, organizações e entidades em defesa de princípios que possam assegurar que as universidades públicas continuem desenvolvendo suas atividades em prol da sociedade e do desenvolvimento do país”, afirmou.

Para mediação do debate, foi convidado o professor e coordenador do curso de Filosofia, Valdinei Vicente. O encontro foi dividido em quatro blocos, no primeiro deles, cada palestrante teve tempo livre de 15 minutos para tratar do assunto.

Representando as três categorias que compõem a comunidade universitária, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac), José Sávio Maia, foi o primeiro debatedor do dia. “A universidade que eu quero para o futuro é aquela prevista na Constituição Federal de 1988”, pontou. “Aquela universidade que previa autonomia pedagógica, financeira, patrimonial, pautada pela liberdade de cátedra, que assegura a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.”

Formado em Direito pela Ufac, o procurador-geral de Justiça, Sammy Barbosa, lembrou sua origem humilde para falar da importância da universidade. “Falar sobre o papel da universidade pública brasileira para mim é falar da minha vida. Este lugar de fala só é possível a um garoto pobre da periferia de Rio Branco, filho de fiscal de ônibus e técnica em enfermagem, por conta desta universidade pública, gratuita e de qualidade. É apenas esse modelo de universidade que permite que jovens pobres da periferia possam ter opção”, defendeu. 

Procurador federal de Justiça e professor do curso de Direito da Ufac, Eduardo Lipus foi o debatedor responsável por encerrar o bloco inicial do evento. Ele criticou o projeto Escola sem Partido. “No Brasil, quase tudo ainda está por ser feito e isso só pode acontecer a partir da formação dos nossos jovens”, destacou. “Formação intelectual e social que parte da premissa de que os professores têm direito a senso crítico e liberdade de ensinar para que possamos construir o amanhã esperado pela nossa Carta democrática. Um amanhã que perpassa nossas universidades.” 

Na sequência, a plateia pôde participar do debate através da elaboração de perguntas ou avaliações. No total, foram três blocos compostos por perguntas e respostas.