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Ufac realiza plenária sobre impacto de bloqueio no orçamento
Estudantes, técnico-administrativos e professores da Ufac participaram na manhã desta terça-feira, 7, de uma plenária geral que discutiu o impacto do corte anunciado de 30% do orçamento da instituição. Se mantida, a decisão do Governo Federal inviabilizará o segundo semestre letivo da única universidade pública do Acre.
“Caso não haja um recuo do Governo Federal, a Ufac não terá estrutura básica para iniciar o segundo semestre. Serviços básicos como manutenção, energia elétrica, limpeza e segurança sofrerão impacto direto com a medida”, alertou a reitora da Ufac, professora Guida Aquino. “Sem o básico, professores e alunos perdem condições de ensino-aprendizagem e as pesquisas também ficam suspensas”, alertou a reitora que na próximaquinta-feira, 16, participa de uma reunião em Brasília marcada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) com o Ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Para o vice-reitor da Ufac, professor Josimar Batista, o cenário atual exige esforço coletivo e disposição para luta. “Esse é um momento que requer união. Seja das universidades e institutos federais, seja das bancadas federal, estadual e municipal, seja da sociedade. O risco do não funcionamento da Ufac, a partir do segundo semestre, é real e o prejuízo para o Estado do Acre seria imensurável. Precisamos unir forças e articular estratégias de resistência coletiva”.
A acadêmica do primeiro período do curso de Geografia, Larissa de Castelo, também acredita no poder na união e avalia que seja necessário vencer barreiras politico-ideológicas. “Não importa quem votou em partido ‘a’ ou partido ‘b’. A luta em defesa da universidade é maior que isso. Ela precisa ser diária e de maneira coletiva. Não deve ser uma luta apenas por quem está aqui, mas também por quem ainda sonha em entrar”.
Bloqueio na Ufac
Hoje, segundo o pró-reitor de planejamento, Alexandre Hid, do total de R$ 43,6 milhões previstos para todo o ano, consta identificado no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) o bloqueio de R$ 13,1 milhões. Divididos da seguinte forma:
- R$ 1. 599.018 (9,62%) -> para ações carimbadas (Ex: fomento a ações de ensino, pesquisa e extensão; PASEP; capacitação de servidores)
- R$ 11. 508.455 (42,52%) -> para ações discricionárias (Ex: contratos para vigilância, limpeza, manutenção predial e estagiários; bolsas de iniciação científica, monitoria, extensão; passagens e diárias; cursos e concursos)
“As ações discricionárias são aquelas que fazem com que a universidade se mantenha e sobre elas, aqui na UFAc, estão previstos quase 50% de corte do investimento total previsto. Embora se esteja divulgando um corte de 30%, que é o valor da média total, quando você detalha os números, vê que o corte atingirá, na verdade, o eixo central de funcionamento da universidade. Com esse horizonte de bloqueio, não é possível negociar nada. Nenhuma instituição vai conseguir funcionar. Trata-se de uma medida extremamente cruel”, afirmou o pró-reitor durante apresentação do orçamento para a comunidade acadêmica presente.