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“Quem planeja, às vezes erra. Quem não planeja, às vezes acerta”

por petrolitano publicado 31/10/2011 15h18, última modificação 31/10/2011 15h18
Jornal Página 20, 27.04.2001

* Carlos Estevão Ferreira Castelo
** Sérgio Barroso da Silva

*** Roseneide Mendonça de Sena


Mudanças acontecem a cada momento no ambiente onde as organizações empresariais estão inseridas. Dessa forma, cada vez mais, verifica-se um acirramento da competição. A “madame concorrência” ganhou importância e, agora, tende a acontecer a nível mundial.

Os empresários das micros e pequenas empresas, neste processo, estão enfrentando a cada dia grandes dificuldades para sobreviverem nos mercados que atuam. Entretanto, a grande maioria ainda não tomou consciência que sem melhorar a competitividade dos negócios, com certeza, logo estarão fora do jogo.

Mas o que fazer? Como melhorar essa tal competitividade e evitar a derrocada tão indesejável? Acreditamos que o primeiro passo deve ser a tomada de consciência que mudanças são necessárias. Que velhos hábitos arraigados no processo gerencial precisam ser revistos. Exatamente sobre um desses hábitos é que tratamos neste texto, ou seja, a dificuldade que a grande maioria dos empresários tem de planejar seus negócios.

As desculpas que geralmente escutamos, como justificativa para a não existência de planejamento e acompanhamento nas organizações são várias. Entre as mais comuns estão: “já sei de tudo”, ou “as coisas nunca saem como planejado”. Esquecem estes, que a elaboração de um plano de negócios pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Costumamos dizer que não planejar no mundo dos negócios é como dirigir um carro à noite, na chuva, e de faróis apagados. Ou seja, a probabilidade de acontecerem acidentes é altíssima. O grave é que a maioria dirige o carro (as empresas) dessa forma. Será que isso teria relação com a alta mortalidade de empresas em nosso estado?

Está provado que quando se planeja as chances de um negócio qualquer dar certo são aumentadas sobremaneira. Entretanto, para planejarmos necessitamos escrever, isso mesmo, sentar e colocar no papel. É ai que pega para muitos, exatamente por não terem o hábito de escrever. 

Escrever é importante, porque quando escrevemos somos forçados a pensar. Pensar sobre o que irá ser feito. Imagine o que poderá acontecer quando alguém vai começar um negócio e não escreve (coloca no papel).

Mesmo sendo perigoso, a maioria das pessoas que entram no mundo dos negócios hoje no Acre não planeja, simplesmente não param para pensar o que irão fazer. Sobre que perguntas deverão responder para que tenham certeza se aquela idéia é realmente viável. Daí, quebram. É como diz um amigo nosso: “Não planejou, lascou-se”.

O planejamento é decisivo não só para quem pretende abrir empresas, é importantíssimo também para quem já possui. Principalmente para aqueles que acham que estão bem. O planejamento do negócio, com certeza, diminui os riscos, explora como melhor aproveitar as oportunidades que estão no ambiente onde a empresa está inserida, estabelece estratégias para evitar que ameaças se concretizem, tornam oportunidades de negócios mais claras, possibilita o conhecimento do mercado.

Hoje, empresas com bons “bussines plan” (planos de negócios) têm nas mãos ferramentas importantes para o processo de tomada de decisão. Possuem, também, valioso guia e instrumento de comunicação (com bancos ou capitalistas de risco por exemplo).

Os planos de negócios, os projetos, não devem ser feitos apenas para atender exigências bancarias por ocasião de empréstimos como é comum acontecer (principalmente entre nós). Existem outras razões para fazê-los. E dizemos mais, devem ser feitos à lápis e com a borracha ao lado, na medida em que deverão ser sempre alimentados com novas informações. É um processo continuo. Os planos deverão sempre estar espelhando as mudanças do mercado. Uma informação que faltar pode representar a casca de banana para a queda.

Para finalizar apontamos que existem cinco tipos de empresas: aquelas que sequer sabem o que acontece; aquelas que se surpreendem quando as coisas acontecem; aquelas que observam as coisas acontecerem; aquelas que acham que fazem as coisas acontecerem e, aquelas que realmente fazem as coisas acontecerem como resultado natural de seus planejamentos. Então pergunto: e o seu negócio como está? É sempre bom lembrar que quem planeja, as vezes, erra. Quem não planeja, as vezes acerta.

* Professor de Teoria Econômica da UFAC
** Concludente de Economia da UFAC
*** Graduanda de Administração de Empresas da FIRB