Ufac: computadores custaram R$ 180 mil
Compras feitas pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão Universitária (Fundape ) têm de passar por um processo de licitação, informa Francisco Irio Eduardo Oliveira, secretário da instituição. A Fundape é ligada à Universidade Federal do Acre (Ufac) e foi envolvida em denúncia de aquisição irregular de equipamentos de informática. A compra foi autorizada pela ex-reitor Carlito Cavalcanti.
Se, por exemplo, a Fundape fosse comprar uma cadeira não precisaria de licitação, mas, explica Oliveira, teria de ser feita uma cotação de preços em no mínimo quatro lojas. Valores inferiores a R$ 4 mil não necessitam concorrência pública.
Segundo a denúncia do procurador da República, Marcus Vinícius Aguiar, Carlito anulou um processo licitatório e transferiu os recursos para a Fundape comprar o equipamento que seria utilizado em todo o complexo universitário. “Pela lei 8.666 compras com dinheiro público têm de ser com licitação”, afirmou Oliveira, lembrando desconhecer o caso envolvendo Carlito.
Os computadores foram então adquiridos da IBM do Brasil S.A., também denunciada na ação civil da Procuradoria Geral da República. Os gastos chegariam a R$ 180 mil.
Injustiça
Além do Carlito e a IBM, Aguiar denunciou também vários assessores da Ufac na administração anterior. O ex-presidente da Comissão de Licitação, Jaider Moreira, disse que não entende porque o procurador incluiu seu nome e de outros na ação uma vez que apenas abriu as propostas. Segundo recorda, três ou quatro empresas participavam do certame.
As propostas foram submetidas à analise do Centro de Processamento de Dados (CPD) que observou não serem “boas” as máquinas apresentadas pelas concorrentes. O reitor então decidiu anular a licitação e transferir para a Fundape a tarefa de comprar os equipamentos.
A IBM, que, segundo Jaider, sequer tinha participado da licitação, acabou sendo escolhida para fornecer, dar manutenção e garantia de funcionamento do maquinário.
A inclusão de Jaider e outros assessores foi tida como “injusta” pelo pró-reitor de Administração, Francisco Saraiva de Farias.
O reitor Jonas Filhos disse que necessitaria reunir-se com seus assessores para discutir o assunto. “Fiquei sabendo pela imprensa”, disse.