Professores cobram equiparação de piso
Cerca de 160 professores receberam apenas 10% de incremento salarial com a implantação gradativa do piso de R$ 1,2 mil e essa distorção está gerando conflito entre os professores com licenciatura curta, que querem receber o mesmo benefício, já que apenas os professores com licenciatura plena foram contemplados com o piso.
Encontro previsto para a próxima semana entre o secretário de Educação Arnóbio Marques e representantes da Associação dos Professores Licenciados (APL) abre negociação para a melhoria no reajuste salarial desses professores.
A partir de maio de 2002 os contracheques dos beneficiados trarão o valor de R$ l,2 mil como remuneração pela jornada semanal de trinta horas. Os de licenciatura curta estarão recebendo, nessa época, cerca de R$500 ao mês pela mesma carga horária.
A distorção foi criada pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) implantado em l999. A tabela de salários incluía apenas os de licenciatura plena como profissionais de nível superior. Para acabar de uma vez com a dúvida, a presidente da APL, Rosane Castro, reuniu-se com o reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac) Jonas Filho, que confirmou serem os diplomas de licenciatura curta válidos como formação de terceiro grau.
Eles têm nível superior", reafirmou ontem de manhã o pró-reitor de Administração da Ufac, Mark Clark. Ele explicou, entretanto, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) praticamente extinguiu a licenciatura curta. Apenas uns poucos cursos, como o de Ciências, mantém grade curricular curta.
COMPLEXIDADE
O caso se torna complexo porque pelo PCCS a licenciatura curta só dá aulas para o ensino fundamental enquanto a plena pode lecionar para o segundo grau. É possível que os profissionais plenos não aceitem a equiparação proposta pelos professores de licenciatura curta.
Mas, apesar de defender a equiparação ao piso de R$ l,2 mil, Rosane Castro confia numa solução que não acirre ainda mais os ânimos das partes. A Secretaria de Educação deverá apresentar contraposta de elevar o ganho da categoria em 45,5%, diferença permitida entre 'curtos e plenos' antes da instituição do PCCS.
"Vamos agora negociar essa situação. Tínhamos primeiro de garantir que a formação em licenciatura curta é de nível superior para então reivindicar a melhoria salarial", disse Rosane.