Agrotóxico: Estado não tem política para aplicar nova lei
O Ministério Público Estadual investiga, há dois anos, o comércio e o uso irregular de agrotóxicos e omissão das autoridades em relação ao produto. Estudo da engenheira agrônoma Marley Lins de Souza, da Universidade federal do Acre (Ufac), concluiu que dos agricultores que utilizam agrotóxicos em suas lavouras 58% declararam já Ter sentido sintomas de intoxicação (tonteira, vômito e dor de cabeça).
A venda desses produtos só pode ser feita mediante apresentação de receita do veterinário ou especialista na área. A Tribuna apurou, entretanto, que as lojas comercializam Tordon, Folidol ou Rondup indiscriminadamente. "A lei determina a venda com receituário, mas aqui isso não tem funcionado", admitiu Lourival Marques, secretário-executivo de Agricultura e Pecuária. A responsabilidade pela fiscalização técnica seria do Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Crea), mas o serviço não é feito.
A pesquisa de Marley é de 1977, mas se mostra atual porque o governo não possui política de controle dos agrotóxicos. A Secretaria-Executiva de Agricultura e Pecuária (Seap) prevê que no próximo mês de março seja instalada no Serviço de Defesa Vegetal uma comissão técnica para controle do agrotóxico.