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À juventude acreana

por petrolitano publicado 07/11/2011 16h54, última modificação 07/11/2011 16h54
Jornal O Rio Branco, 12.06.2001

*Mércio Filho


Recuperação de praças, recapeamento de ruas, parques, o tão problemático terminal urbano e muitas pinturas, renderam ao então prefeito Jorge Viana a aparência de um bom administrador, dotado de dons artísticos e um bom discurso, bastou da ênfase à palavra honestidade, para tornar-se um verdadeiro ídolo político dos adolescentes, sem descartar evidentemente que uma boa aparência é fundamental para ganhar a simpatia das massas.

Até aí são méritos inquestionáveis, afinal de contas, a cidade realmente ganhou vida nova, ao ser apresentada ao povo maquiada como uma noiva. Embora as idéias pertinentes a definição de vida, abranjam um universo extenso, o mesmo não ocorre com relação a expressão - ela vai melhorar - então num passe de mágica surgem um leque de soluções instantâneas, como se misticamente houvesse um poder capaz de elevar as populações ao paraíso, promovendo o bem estar de todos a um nível de causar inveja à suíça. Isto foi sem sombra de dúvidas a maior estratégia, promover absurdos na atualidade é um grande trunfo, quando se goza de tamanha credibilidade popular.

Portanto, o então candidato abusou não apenas da inocência de seu povo, mas sim da sagrada confiança, pondo em questão uma prova de idoneidade digna de reflexão, uma vez que somos capazes de analisar o que se prometeu e tirar conclusões do que de fato se fez. Pois, o poder estar em suas mãos, e o que vemos não condiz com o programa de governo quando candidato.

Logicamente que se distrai os desapercebidos com uma intensa propaganda, e claro, rios de dinheiro para custea-las, talvez o montante gasto para manter tal vaidade correspondam aos investimentos necessários ao funcionamento da maquina pública a rigor, tornando-a realmente eficiente, mas em vez disso, vemos as cores da nova estética as fachadas de órgãos públicos, numa desesperada intenção de destacar obras de outros administradores, sem contar que o próximo governo terá custos se quiser devolver as paredes e fachadas seus respectivos aspectos primitivos, cuja opção é o branco, de manutenção de baixo custo.

Dar oportunidades a novas pessoas é justificável, para que possam demonstrar suas capacidades até então ocultas, pois a experiência fascina, é através dos erros que surgem os conhecimentos. O que não se deve permitir é que esses erros se perpetuem, pois a bem da verdade é que seriam necessários talvez uns 40 anos para se concluir o que se prometera àquela oportunidade.

Pelo que se sabe não foram construídas novas moradias, e os índices oficiais apontam que o número de desempregos dobraram, conseqüentemente, a violência, o tráfico e os seus outros aspectos apontam o nosso tão querido Acre estatisticamente compatível aos mais violentos índices do país. Sem contar com os sucessivos escândalos financeiros, favorecimentos ilícitos, sumiços que não foram questionados com provas reais. À sociedade quer um esclarecimento das coisas de forma convincente. É lamentável ver alguém ter sua idoneidade questionada, e pior, saber que pessoas que detinham o argumento de verdadeiros mitos de honestidade aparecerem em manchetes de jornais envolvidas em denuncias muito piores que as dos adversários enquanto no poder. Infelizmente compartilho com os jovens esta dor, pois, inexperientemente foram seduzidos, alienados com o discurso, com as cores e principalmente com o sonho de ter empregos, uma causa tão nobre, tão digna e ao mesmo tempo contraria a idéia de tornar-se uma escória da sociedade.

Na minha opinião o que se fez foi pouco frustrou até minha própria expectativa, que não contribui para a instalação deste governo. O que se vê, são árvores estilizadas em todos os lugares possíveis, estrategicamente visíveis, ao passo que a vida de nosso tão sofrido povo não melhorou. Continuam a passar fome e medo. Apenas vivem a contemplar as cores que um dia depositaram esperanças de dias melhores.

Quero dizer com isso amados irmãos, que não levando tais questionamentos, simplesmente por ser contrário a esta forma de governar, tampouco por antipatia pessoal ao nosso excelentíssimo senhor governador, mas sim, pelos simples fato de ter consciência de que inaugurações de elefantes brancos acompanhadas de bandas famosas que custam os olhos da cara não amenizam a fome, a miséria e a pobreza de nosso povo, poderiam utilizar estes desperdícios para realmente aplicar em programas que socorram pessoas carentes.

Fala-se muito do parque da maternidade na qual saliento a necessidade da obra e na minha concepção sou favorável, contudo, bem sei da precisão de áreas de passeio, pois assim minimizaria a angústia de quem estar perambulando pra lá e pra cá todos os dias, o dia todo, sem ter nada pra fazer e nada pra comer como se vê nas tv's, o que é uma realidade cotidiana em nosso estado.

*Acadêmico de Engenharia Civil da Ufac e Presidente do PFL Jovem do Acre