ABNT: novas normas
* Raimundo F. de Souza
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), órgão ligado à International Organization for Standardization (ISO), tem a responsabilidade de elaborar as normas que padronizam toda a produção brasileira em série, cobrindo, entre outras, as áreas da engenharia, seguro, comércio, transporte, meio ambiente e documentação.
Para a área que interessa especialmente aos estudantes e pesquisadores, a ABNT destina 33 NBRs, denominadas normas para documentação, que padronizam a apresentação dos textos, correção ortográfica, resumo, fichamento, confecção de sumário e índice, formas de citar as fontes, elaboração do trabalho, apresentação, referências consultadas e outras.
Essas normas têm uma validade, variando de três a cinco anos e a cada reedição apresentam algumas modificações no todo ou em parte. Particularmente, não vejo muita razão para acontecerem essas mudanças em alguns detalhes, visto que uma das razões pelas quais elas não são muito utilizadas consiste exatamente no fato de que os interessados não acompanham as mudanças e ficam utilizando as normas desatualizadas.
Outro aspecto que impede a utilização é a pouca divulgação das modificações das normas junto aos interessados ou através dos meios de comunicação, pois quem interessar adquirir normas atualizadas tem que recorrer à sede da ABNT, no Rio de Janeiro, fone (21) 210-3122, ao site ou a alguns postos de venda em grandes cidades - em Rio Branco não existe - e ainda pagar a preço de ouro. A de referência, por exemplo, que sofreu mudanças em agosto de 2000, com 12 folhas soltas, custa R$ 38,70, mais a despesa de remessa.
Essa norma (NBR 6023:2000), que deveria ser utilizada por todos os estudantes, professores, pesquisadores e/ou intelectuais que elaboram trabalhos de qualquer natureza, foi modificada em 1997, 1999 e 2000. Na versão em vigor, as modificações ocorridas foram basicamente na forma de apresentação, no acréscimo de alguns dados para melhor identificar a fonte e na pontuação. A primeira mudança consiste no alinhamento dos dados da referência na margem esquerda. Ou seja, aquele retorno, a partir da Segunda linha, que já foi na quarta letra, depois na terceira, agora passou para a primeira letra, tornando a referência com alinhamento reto do lado esquerdo. Particularmente, acho que essa mudança simplesmente vai confundir o usuário e não traz qualquer benefício prático para a normalização.
Quanto à segunda, creio que é útil e necessária, pois, se o objetivo da referência é demonstrar às pessoas que consultam o trabalho posteriormente, o endereço exato de onde o autor pesquisou, então essa modificação, principalmente para as pesquisas realizadas através da internet, é esclarecedora. Por exemplo, quando se pesquisa em suportes eletrônicos, após a referência comum, faz-se necessário citar a seguinte descrição: Disponível em: <http://www.propesq.ufpe.br/> Acesso em 21 jan. 2000.
A outra modificação apresentada foi na pontuação e consiste na separação entre os autores (quando houver mais de um, com ponto-e-vírgula. O restante continua na mesma seqüência, mesma forma de apresentação e mesma pontuação.
Estudantes, professores, pesquisadores e outros usuários deverão lembrar-se de que a padronização dos trabalhos, independentemente do assunto tratado, deve ser cultivada como prática científica que deve ser seguida e obedecida como norma fundamental para elaboração e apresentação de todos documentos de forma escrita.
* Escreve neste espaço às quintas-feiras