Contaminação

Utal alerta: água de poços da capital tem 25.000% a mais de coliformes fecais

O diretor da Unidade de Terapia de Alimentos (Utal) da Ufac, Rui Santana de Menezes, alerta que as medições do órgão nos poços, inclusive artesianos, dos bairros da parte alta de Rio Branco, apresentam 25.000% mais coliformes fecais que o máximo tolerado pelo Ministério da Saúde (2 colônias por 100 mililitros de água). Os picos de contaminação estão nos conjuntos Tucumã, Universitário, Manuel Julião e a região do Distrito Industrial.

Segundo a Utal, a ausência ou mau funcionamento da rede de esgotos e a cada vez maior alternativa de poços ou cacimbas d’água para o abastecimento caseiro seriam as causas principais do problema. A ausência das redes coletoras estaria levando os dejetos de volta aos poços através das enxurradas causadas pelas chuvas. Verme que habita naturalmente o intestino humano, o coliforme fecal pode causar, em grandes quantidades, infecções que podem levar até mesmo à morte.

“Essa contaminação é causada até mesmo pela notável dificuldade que as autoridades competentes possuem em abastecer a totalidade da população, especialmente nesses bairros altos da cidade”, afirma Rui Santana. “Daí para a escavação de poços é um pulo, mas o cidadão, mesmo sem saber, acaba contraindo um verme que vai se acumulando e causando doenças. A situação é tão grave que, em caso de epidemia, seriam essas autoridades municipais as indiretamente culpadas.”

A Utal foi fundada em 1986. Daquele tempo até hoje vem realizando medições no nível de potabilidade do lençol freático de Rio Branco, chegando à conclusão assombrosa de até 500 colônias de coliformes fecais por 100 mililitros em bairros mais atingidos.

Com a publicação da pesquisa, até uma das alternativas mais procuradas, a compra de água das chamadas “fontes” localizadas em regiões contaminadas, também está sob suspeita.