Vestibular 2002 da Ufac também deve ser adiado
A greve dos professores federais, parados desde o dia 22 de agosto, já adiou pelo menos 16 vestibulares. Um ofício enviado ontem aos reitores pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes) deve aumentar essa conta. Na lista das instituições divulgada ontem não consta a Universidade Federal do Acre (Ufac), "mas a tendência será a mesma para todas as instituições", disse ontem o Comando de Greve.
A Tribuna tentou contato ontem com o reitor Jonas Filho, mas foi informada de que ele se encontra em Brasília e ninguém estava autorizado a falar sobre o assunto. A relação das universidades que decidiram condicionar a realização do vestibular ao fim da greve inclui instituições de renome, como as federais de Rondônia (Unir), Minas Gerais (UFMG), Brasília (UnB) e Rio de Janeiro (UFRJ, UFF e Unirio). Também adiaram as provas as instituições federais de Lavras (UFLA), Juiz de Fora (UFJF), Uberlândia (UFU), Triângulo Mineiro (FMTM), Pará (UFPA), Paraíba (UFPB), Sergipe (UFSE), Alagoas (UFAL), Goiás (UFGO) e Agrárias do Pará (FCAP).
Na próxima semana, os conselhos universitários das federais do Espírito Santo (Ufes) e de Pernambuco (UFPE e UFRPE) avaliam a questão. O reitor da Andifes, Carlos Roberto Antunes, sugere as instituições a possibilidade de adiamento das provas em locais onde o clima é de insegurança. Longe de declarar apoio ao comando de greve, os dirigentes temem arcar com os prejuízos de um eventual cancelamento de exames por causa de tumultos.
Nesta semana, o MEC ouviu a recomendação da Andifes. As cenas do tumulto que cancelou o vestibular da federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ainda estão vivas. As universidades têm autonomia para definir o calendário do vestibular. "O adiamento não significa o cancelamento do vestibular", afirma o diretor do Departamento de Política do Ensino Superior do MEC, Luiz Roberto Curi. "Se houver adiamento do concurso, o ingresso dos alunos não deverá ser prejudicado".
Manifestação atrasa calendário das universidades até 2003
O atraso no calendário das universidades federais, provocado pela greve dos professores, dificilmente será recuperado até o fim de 2003. No entanto, apesar da estimativa feita por alguns reitores, técnicos do MEC prevêem que é possível recuperar o segundo semestre de 2001 sem grandes prejuízos para os alunos, minimizando os efeitos negativos da greve.
O MEC sustenta que não haverá cancelamento do semestre nem qualquer entrave no ingresso de estudantes em 2002, mas admite que as universidades têm autonomia para tomar suas decisões.