Apenas os professores continuam em greve
A greve dos servidores técnico-administrativos da Ufac durou 91 dias, terminando ontem. O expediente foi restabelecido normalmente, depois de uma última assembléia, realizada no Anfiteatro Garibaldi Brasil, Campus Universitário. Enquanto isso, os professores, ainda em greve, realizavam um bazar e sebo - com venda de livros antigos e roupas - e mediam a pressão de pessoas, em frente ao Quartel da Polícia Militar.
"As reivindicações dos professores é totalmente dissociada do pessoal técnico-administrativo e por isso continuamos em negociação", explica o professor Coracy Sabóia, do comando de greve dos docentes. Quanto a Dário Lopes, presidente do Sintest (Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Superior), os servidores estão satisfeitos com a incorporação de 160% da Gratificação de Atividade Executiva (GAE) sobre os salários.
"Para nós, está de bom tamanho", disse ele. Os servidores tiveram reposições salariais variando entre 22% e 50%, dependendo do nível que estão (apoio, médio ou superior), e incorporação da GAE de 160% em cima dos ordenados. Para os professores, a reivindicação continua sendo a reposição de 75,48% e a incorporação da GAE e da GEDI (Gratificação de Estímulo a Docência).
Esta última variando de 0% a 100% - mas que o Governo Federal insiste em conceder somente 30%, percentual que desagrada aos servidores. "Temos técnicos em nossa universidade que é médico, advogado, enfermeiro, engenheiro. Esse pessoal só trabalha oito horas e depois desempenha outras tarefas extra Ufac.
Nós não podemos fazer isso. Aos professores DE (dedicação exclusiva) não são permitidos outros contratos, por isso merecem ser bem remunerados", ressalta Sabóia. Com o desfecho de parte das manifestações na Ufac, são 780 funcionários retornando ao trabalho, mas permanência dos professores no movimento, a reativação do ano letivo e a realização do Vestibular 2002 continua sem data marcada.