Greve dos professores federais ainda é indefinida
Flávia Domingues
Ao contrário dos servidores administrativos, que devem voltar ao trabalho nesta quinta-feira depois de 90 dias de paralisação, a greve dos professores das universidades federais continua firme e forte, o que inclui a Universidade Federal do Acre. A expectativa é que devido ao cabo-de-guerra que se armou com o ministro da Educação, Paulo Renato, o semestre seja cancelado e o Vestibular 2002 seja adiado até que o impasse salarial se resolva. Mesmo decepcionados com a falta de avanço nas negociações e com os salários de setembro suspensos em decisão tomada pelo MEC no dia 27 de setembro, os professores se sentem com as forças renovadas devido intransigência de Paulo Renato, que rejeitou anteontem a intermediação do presidente do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Costa Leite para se chegar a um consenso.
O comando geral da greve pediu a intermediação do presidente do STJ como forma de amenizar os ânimos que andam bem acirrados em Brasília entre o MEC e professores.
Porém, agora só resta aos professores esperarem o julgamento da mérito da liminar impetrada pela Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) para que se devolva o direito a eles de receber seus salários de setembro mesmo estando em greve.
A decisão está prevista para em breve levou o comando de greve local da Ufac a se reunirem ontem a tarde para fazerem uma avaliação da conjuntura nacional e local da paralisação que será tomada de acordo com o resultados do julgamento.
Como medida preventiva, o Comando de Greve local também entrou com ação cautelar liminar na Justiça Federal do Acre para que os salários assim que forem liberados sejam pagos, sem nenhum tipo de empecilho ou pressão por parte do Reitor Jonas Filho. A ação foi acatada pelo juiz federal Jair Facundes.
Enquanto isso, uma barraca de atividades da Associação dos Docentes da Ufac - Adufac - foi instalada na praça Plácido de Castro como forma dos grevistas entrarem em contato com a população e explicarem os motivos da paralisação que já entrou no seu segundo mês.
"Não há como pensar em parar agora. Estamos no meio do caminho do movimento e para agora seria sair da mesma forma que entramos: de mãos vazias. Pedimos um pouco de paciência e compreensão dos alunos e da população pois temos que resistir mais um pouco para podermos ganhar a batalha. Continuamos abertos às negociações com o governo desde o início do movimento e temos certeza que chegará o momento de entendimento", explica o professor José Mastrângelo, presidente do Comando de Greve da Ufac
O comando de greve da Ufac é composto pelos seguintes professores, além de Mastrângelo: Coracy Sabóia, Sandra Teresa Basílio, João de Lima e Auriberto Moreira.