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Deputados prometem Moção de Apelo em favor dos servidores da Ufac

por petrolitano publicado 08/11/2011 15h58, última modificação 08/11/2011 15h58
Jornal A Gazeta, de 13.09.2001

Os 24 deputados estaduais do Acre vão assinar uma Moção de Apelo, dirigida ao presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer (PMDB), aos deputados federais do Acre e ao governo federal, para que o presidente Fernando Henrique Cardoso reabra as negociações com professores e servidores das universidades federais. A decisão foi tomada ontem após mais de uma hora de reunião entre o comando de greve da Universidade Federal do Acre (Ufac) e parlamentares, no plenário da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac).

Com os servidores da Ufac em greve há cerca de dois meses e os professores há mais de 20 dias, os representantes do Comando de Greve foram, ontem, à Aleac pedir o apoio dos deputados. Ontem foi o dia nacional de mobilização dos grevistas das 56 universidades federais do país. A orientação era para que envolvesse os parlamentares na discussão em todos os estados e conquistassem seu apoio ao movimento.

A comissão de grevistas, acompanhada de alunos do curso de Enfermagem da Ufac, que passa por dificuldades por causa da falta de estrutura, desde antes da greve, chegaram à Aleac pouco depois das 10h. A sessão iniciou por volta das 10h20, mas foi suspensa para reunião com o comando de greve, que expôs aos deputados a situação da Ufac e a necessidade de envolvimento de toda sociedade nas discussões sobre sua importância e a defesa por uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

O professor Coracy Sabóia disse aos parlamentares que a Ufac é um patrimônio do Estado, que tem contribuído para a educação em todos os municípios e para o desenvolvimento acreano e que, portanto, seu amplo funcionamento é de interesse de toda sociedade acreana. “A Ufac tem 37 anos de funcionamento, dos quais 27 anos como universidade federal”, frisou.

O professou frisou que apesar do Parlamento Estadual não estar diretamente envolvido na questão da greve da Ufac, é preciso que os representantes do povo tomem iniciativas para defender a Ufac. Disse que os parlamentares estaduais podem contribuir apoiando as lutas das categorias em greve.

Coracy lembrou ainda que sem um salário digno os professores e servidores das universidades públicas federais não podem prestar um serviço de qualidade e, portanto, a instituição oferecer um ensino de qualidade. Ele fez questão de ressaltar que os servidores das universidades federais acumulam 75,48% de perdas salariais nos últimos sete anos e que o governo quer dar um reajuste de apenas 3,5% a partir de janeiro de 2002.

Parlamentares apóiam movimento

Os deputados estaduais demonstraram durante a reunião com o comando de greve da Ufac que apóiam o movimento. O líder do PMDB na Assembléia, deputado João Correia, que é professor licenciado da instituição, disse que a situação salarial dos servidores e professores da Ufac “é um massacre do governo federal”. Correia afirmou ainda que a luta dos servidores hoje “é por sobrevivência, para comer”.

Franesi Ribeiro (PFL) falou da necessidade de envolver toda sociedade na discussão sobre a situação da Ufac e na busca por um ensino gratuito e de qualidade. Ele defendeu que os parlamentares levem o debate à sociedade, para qual a educação é a base de tudo. O deputado disse ainda que a Aleac está à disposição dos servidores da Ufac para debater a questão.

“Apesar da Assembléia, muitas vezes, ser criticada, tem-se tornado o muro das lamentações. Temos mostrado disposições em discutir os problemas da sociedade, mesmo que não digam respeito ao parlamento estadual. A educação começa com as pessoas que dão os seus conhecimentos como a bengala do conhecimento aos cidadãos. Essa discussão sobre a Universidade é uma questão de Estado e precisa ser levada para toda sociedade. (E.M.)

União em propostas de apoio

O deputado João Correia propôs ao comando de greve da Ufac que elabore um documento, expondo todas as mazelas da instituição e colocando com propriedade a necessidade de reposição das perdas salariais, para que todos os deputados estaduais assinem e enviem ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB), aos deputados da bancada federal do Acre e ao governo federal. Após o documento os deputados estaduais irão cobrar dos representantes dos seus partidos no Congresso Nacional para que pressione o governo federal a reabrir as negociações e participar delas.

O líder do governo apresentou outra proposta, de que a Aleac aprove uma Moção de Apelo, dirigida as mesmas autoridades e assinada por todos os parlamentares estaduais do Acre.

Ao final da reunião as duas propostas foram juntadas e ficou decidido que os professores da Ufac irão elaborar o documento proposto por João Correia e que será aprovado pela Aleac e assinado como a Moção de Apelo.

Os professores Coracy Sabóia e Gerson Albuquerque, do comando de greve, se disseram satisfeitos com o resultado da reunião com os parlamentares estaduais do Acre e elogiaram suas posturas apartidárias e de apoio ao movimento. (E.M.)