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Professores do curso de História da Ufac querem nova grade curricular

por Ascom-01 publicado 25/01/2012 11h53, última modificação 25/01/2012 11h53
Jornal Página 20, 11 de fevereiro de 2003

Os professores do Departamento de História querem reformar o currículo do curso na Universidade Federal do Acre. Para as discussões das mudanças, acontece amanhã e quinta, o seminário “O profissional de história que queremos” no anfiteatro Garibaldi Brasil para todos os alunos, professores do curso e interessados.

A reforma vem sendo trabalhada desde 2001 e discute dois pontos básicos na grade curricular do curso. O primeiro é a falta de formação de historiadores bacharelados, aptos para trabalhos de pesquisas e projetos na área, e o segundo é a ampliação do estudo sobre a história da América Latina para os acadêmicos, abandonando um pouco o estudo europeizado que predomina nos dias de hoje. Para que todos os interessados possam participar, o encontro acontecerá em dois horários: das 8 às 12 horas, e das 19 às 22 horas.

Segundo o chefe do departamento na Ufac, Gerson Albuquerque, atualmente o curso de História está apto a formar dois tipos de profissionais: o pesquisador e o professor. Mas a primeira opção praticamente não existe para os alunos.

“Embora o bacharelado exista desde 1996, ainda não existe nenhum profissional com essa formação. É um curso que não vingou e acredito que isso acontece porque quando chega no segundo ano do curso, momento em que o aluno tem que escolher entre as duas formações, ele acaba optando pela licenciatura por ser um caminho mais curto”, afirmou o chefe do departamento.

Lacunas - Para Gerson, o atual currículo do curso desgasta o aluno pois torna-o redundante em algumas áreas e vazia em outras. “Sentimos enormes lacunas em disciplinas como Filosofia da História, Metodologia de Pesquisa Aplicada, entre outras. São disciplinas com pouca estrutura e por vezes repetitivas”.

Além disso, o curso torna-se deficiente quando os professores não se aprofundam nas discussões da história contemporânea. “Nossa estrutura curricular está repleta de ‘teias de aranhas’, e isso é lamentável”.

PROFESSORES PROPÕEM FORMAÇÃO APENAS EM BACHARELADO - Para tentarem reverter esse quadro, alguns professores defendem que o curso de História não forme mais profissionais exclusivos para o ensino. “Queremos formar profissionais preparados para trabalharem em museus, em documentações históricas, etc. E desses profissionais, aqueles que quiserem dar aulas, que façam as disciplinas pedagógicas no departamento de educação”, comentou Gerson.

Além de melhorar a formação dos profissionais da área, essa medida diminuiria a carga horária em até mil horas. “Isso desgastaria menos os alunos”.

Outra proposta a ser discutida no seminário é o aprofundamento do ensino da história da América Latina. “Porque não estudar mais o passado dos nossos índios? É um ponto importante para avaliarmos”, afirmou o chefe do departamento.

No seminário haverá um momento de coleta de propostas para que a reforma curricular seja concretizada até julho deste mês. “Queremos promover um encontro de discussões e propostas”.

ENCONTRO PROMOVERÁ ATO CONTRA A GUERRA NORTE-AMERICANA - Além das discussões sobre uma nova grade curricular par formação de novos historiadores pela Ufac, os organizadores do seminário também promoverão um ato de repúdio à guerra em parceria com entidades e partidos políticos.

“É uma mobilização em respeito à luta pela igualdade, pela paz e contra toda forma de coerção no mundo. O departamento de história não pode se omitir nesse momento em que o interesse de poucos no petróleo do Iraque promove uma guerra sem precedentes. Além disso, é nossa obrigação mostrar que a situação da disputa do petróleo está além daquilo que os Estados Unidos mostra na televisão”, afirmou Gerson Albuquerque.