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Governo firma parceria com Ufac e USP para doutorado em saúde pública

por Ascom02 publicado 10/12/2012 08h06, última modificação 10/12/2012 08h06
Jornal ORioBranco.net, 06 de dezembro de 2012
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Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Universidade Federal do Acre (Ufac) e a Universidade de São Paulo (USP) vai viabilizar um programa de doutorado em saúde pública ministrado por doutores da USP, com previsão para começar em fevereiro de 2013.

As aulas serão semipresenciais e o os doutorandos só precisarão ir à capital paulista algumas vezes, a partir do segundo ano. Depois de concluídos os quatro anos, a ideia é que o programa seja implantado na Ufac e esses profissionais formados passem a conduzi-lo.

O programa de doutorado em saúde púbica forma pesquisadores que identificam os problemas de saúde na população e contribuem para boas políticas de saúde. “A medicina estuda a doença na pessoa, a saúde pública estuda a doença na população e contribui para que o governo desenvolva uma política de tratamento”, diz Ângela Maria Belloni Cuenca, professora doutora do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da USP, que está em Rio Branco para os últimos acertos.

Para contextualizar, ela cita o exemplo da aids: “Depois que foi identificado que a doença não fazia mais parte apenas de um grupo e passou a atingir um número grande de pessoas, o governo desenvolveu políticas para tratá-la e combatê-la. A formação em saúde pública ajuda a identificar agravos de saúde, a reconhecer epidemias e pandemias”, diz.

O programa oferece 20 vagas para qualquer formação em saúde e tem oito disciplinas obrigatórias. Envolve especialidades como bioestatística (faz estatística de mortalidade por determinada doença, por exemplo), saúde bucal, epidemiologia, políticas de meio ambiente, saúde materna e infantil e sociologia, entre outras. Cada disciplina será acompanhada por dois professores da USP e cada doutorando terá um orientador que pode ou não ser um dos professores.

As aulas serão realizadas durante uma semana intensiva por mês. No segundo ano, os doutorandos devem ficar um mês em São Paulo, no terceiro ano, dois meses, e, no quarto ano, seis meses para escrever a tese. Ao final, receberão diploma certificado pela USP.

“Muitas pessoas perguntam o que o meio ambiente tem a ver com a saúde. Tem tudo. No caso de um desastre natural como uma enchente, por exemplo, o gestor de saúde precisa saber como conduzir todas as doenças que são causadas pelas águas. Sem falar na poluição, que resulta em muitas doenças respiratórias”, explica Ângela.

Essa parceria começou em 2005 e foi concluída em 2009; o curso só foi disponibilizado pelo Doutorado Interinstitucional (Dinter) novamente este ano e será coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação ligada ao Ministério da Educação, que também vai apoiar com um recurso de R$ 600 mil. Já o governo do Estado do Acre vai financiar R$1,6 milhão pelos quatro anos do curso.

“O corpo docente da Ufac cresceu muito e será a oportunidade de capacitá-lo com a competência da USP”, diz a docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) da Ufac e atual coordenadora do Dinter, Mônica Nunes.

“Esse doutorado é estratégico para o desenvolvimento profissional voltado às necessidades do campo da saúde, pois serão investigadas questões importantes que subsidiarão as tomadas de decisões da área de gestão com base em evidências científicas. É um avanço”, conclui a gerente do Departamento de Ensino e Pesquisa da Sesacre, Talita Lima.

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