Ufac realiza I Semana de Tecnologia Florestal
A Universidade Federal do Acre (Ufac) promove, desde a manhã desta terça-feira, 4, a I Semana de Tecnologia Florestal (TecFlorestal), em Rio Branco. O evento tem como proposta trazer discussões atuais para os alunos, apresentando temas diversos e pouco abordados na sala de aula, como a taboca.
O encontro será bienal e temático. Ou seja, a cada dois anos haverá um tema a ser discutido. Para o coordenador do curso de Engenharia Florestal, Écio Rodrigues da Silva, a semana incentiva e promove novas possibilidades de trabalho.
“Os alunos estão mais envolvidos com o manejo, por ser uma área mais próxima da floresta. A ideia é mostrar outras possibilidades. Por exemplo, a tecnologia está envolvida com orquídeas, floresta, óleos, e não apenas com a indústria moveleira”, destacou o coordenador.
O Acre, atualmente, conta com cerca de nove milhões de unidades de conservação (UCs), que são terras protegidas por lei por conter elementos naturais de importância ecológica ou ambiental. Conta, também, com aproximadamente 160 engenheiros florestais formados. O quantitativo de engenheiros não é o suficiente para a extensa área de UCs no Estado. Isso dificulta o acompanhamento, o assessoramento e a fiscalização dessas unidades.
“Santo de casa não faz milagre”
“Santo de casa não faz milagre! Tenho um pai proprietário de uma área rural e sempre temos discussões sobre questões relativas a esse meio. Ele tem 57 anos e resolveu queimar um roçado. Porém, não fez o aceiro correto e foi multado. Depois, ele chegou e me disse: ‘Filha, você tinha razão’. É uma situação complicada”, disse Elissandra de Araújo, aluna concludente do curso de Engenharia Florestal.
Elissandra estuda no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, e tem família na cidade de Porto Walter. Ela conhece bem as peculiaridades das cidades amazônicas. Questões sazonais e o difícil acesso ilustram a vida de pequenos agricultores que sofrem com a falta de acompanhamento de profissionais qualificados, como os engenheiros florestais.
“Existe uma resistência por parte dos próprios moradores da nossa região. Eles, os agricultores, não aceitam ‘pitacos’ de pessoas que não conhecem, porque confiam mais na gente, principalmente naqueles que cresceram na comunidade e possuem um vínculo com ela”, destacou a acadêmica.
Assim como Elissandra, mais de 30 universitários vieram para a I TecFlorestal. A interação dos campi Rio Branco e Floresta consolida a proposta de intercâmbio entre alunos do mesmo curso, mas de municípios diferentes.
Alexandra de Menezes, acadêmica do 1º período do curso de Engenharia Florestal, surpreendeu-se com a recepção: “Trata-se de uma experiência única. Temos a oportunidade de conhecer melhor o nosso curso. É necessário promover discussões acerca de temas como esses expostos. Temas atuais e de grande relevância para a nossa profissão. Isso é fundamental”, destacou.