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Amazônia de 8 milhões de anos é discutida em conferência

por Ascom02 publicado 24/07/2014 16h10, última modificação 24/07/2014 16h17

Uma Amazônia, dois recortes. Essa foi a proposta do professor doutor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Jonas Pereira de Souza Filho, ao reunir estudantes e pesquisadores de diferentes partes do país interessados na conferência “Fósseis do Cenozoico do Acre: uma Janela Paleobiológica na Amazônia Ocidental”, ministrada na manhã desta quinta feira, 24, no bloco Geraldo de Mesquita do campus Rio Branco, onde acontece, até o próximo domingo, 27, a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Dedicado ao estudo da paleontologia na região sul ocidental da Amazônia há 30 anos, Jonas Filho falou com desenvoltura para uma plateia mista. Para ambientar o público, ele fez questão de ser didático. Definir a idade geológica chamada cenozoica, referente aos últimos 65 milhões de anos: “Se resumíssemos a história da Terra a 24 horas, o cenozoico equivaleria a dois minutos”;  e resumir o conceito de fóssil: “Termo derivado do latim que significa ser desenterrado, extraído da terra”, foram os primeiros passos.

Os olhares mais curiosos do público vieram a seguir, quando o doutor passou a exibir imagens de parte do acervo do laboratório de paleontologia da Ufac, onde estão catalogados cerca de 6 mil espécimes.  Exemplares pertencentes a museus localizados no sul do Brasil e na Venezuela também foram utilizados na apresentação, que durou uma hora e meia. Jacarés, tartarugas, jabutis, capivaras, aves gigantes, preguiças. Animais, a maioria completamente extintos, que já reinaram na Amazônia de 8 milhões (mioceno) e 11 mil (pleistoceno) de anos passados.

Ao fim, uma conclusão: “Estamos acompanhando a história evolutiva do planeta. A Amazônia que nós conhecemos hoje e que se mostra como uma grande floresta tropical coberta por uma rica diversidade vegetal é apenas uma das fotografias. Há outras. A de um grande pantanal de 8 milhões de anos atrás e a de uma enorme savana de 11 mil anos atrás. Estudar a paleontologia nos possibilita isso. Reconstruir o passado, nesse caso específico, o amazônico, para ter condições de refletir sobre o futuro da Amazônia que interessa a todo o planeta”.

Postado em: 24/7/2014