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Festival Pachamama exibe cinco filmes na Ufac

por Ascom02 publicado 10/11/2014 15h10, última modificação 10/11/2014 15h15
Sessões começam nesta segunda-feira, 10, e vão até sexta-feira, 14, no Anfiteatro Garibaldi Brasil, às 19h

MARCELA NUNES

Entre os 60 filmes que compõem a programação do Festival Internacional Pachamama - Cinema de Fronteira, cinco deles foram selecionados para serem exibidos na Universidade Federal do Acre (Ufac). As sessões começam hoje, 10, e vão até sexta-feira, 14, sempre às 19h, no Anfiteatro Garibaldi Brasil.

Duas sessões contam com filmes que serão exibidos pela primeira vez no Brasil: “Navajazo”, que será exibido hoje, 10, e “Fantasmas de La Ruta”, que será exibido na quinta-feira, 13, seguido de debate com o diretor argentino, José Celestino Campusano. Além desta, outras duas sessões serão seguidas de debate com convidados: “Domínio Público”, na terça-feira, 11, que será debatido com Felipe Peçanha, representante do Mídia Ninja; e “Cabra Marcado pra Morrer”, na quarta-feira, 12, com Beth Formaggini, documentarista, pesquisadora e produtora audiovisual. A proposta é estimular o interesse dos acadêmicos pela cinematografia latino-americana, e levá-los a debater, discutir e refletir acerca das temáticas abordadas nos filmes.

Inspirado pela experiência do Festival de Cinema de Valdívia, no Chile, que nasceu a partir do Cine Clube da Faculdade de Valdívia, o Festival Internacional Pachamama resolveu apostar nessa parceria com a Universidade Federal do Acre que, nesta edição, completa dois anos. “A ação conjunta, entre festival e universidade, tem contribuído para ampliar o alcance e dar maior visibilidade ao trabalho social, cultural e político que é desenvolvido pelo festival desde sua primeira edição”, conta Sérgio de Carvalho, idealizador e diretor geral do projeto.

Outras realidades

A parceria se concretiza e se reforça com o apoio direto de alunos e professores. Para Aquinei Timóteo, professor do curso de Comunicação, o cinema possui um papel significativo na sociedade ao possibilitar o registro de diferentes interpretações e representações da realidade. “Assim, as atividades do festival na Ufac assumem um papel muito importante no que diz respeito à importância do audiovisual na formação acadêmica de alunos de diferentes cursos”, diz ele.

Além das exibições de filmes, o Festival Pachamama realiza também, no campus da universidade, diversas oficinas ligadas ao cinema. Mágila Campos, acadêmica do 7O período do curso de Comunicação Social/Jornalismo, participou da oficina “Crítica de Cinema”, ministrada pelo crítico e diretor boliviano Marcelo Cordeiro. “A oficina teve função de despertar a visão e o pensamento crítico dos estudantes”, diz ela. Entre os filmes que a aluna diz ter interesse em assistir, é o “Jogo de Cena”, do diretor Eduardo Coutinho, documentário que brinca com a linguagem denotativa e conotativa. “Você é induzida muitas vezes ao erro ao acreditar que quem está encenado é uma atriz, quando na verdade, é o personagem real da história narrada, essa brincadeira que Coutinho faz, gera uma inquietação no telespectador, porque você fica na busca incessante de saber se é a arte que imita a vida ou se é a vida que imita a arte”, explica Mágila.

Reconhecido como um dos 25 festivais de cinema mais promissores do mundo, o Festival Pachamama acontece até o dia 15 de novembro em diferentes lugares de Rio Branco. As sessões têm horários diversos, com filmes às 10h da manhã e à meia-noite. Para acessar a programação completa dos filmes, acesse: cinemadefronteira.com.br.

Confira a programação e sinopses dos filmes que serão exibidos na UFAC:

Segunda-feira (10):

Navajazo (Dir. Ricardo Silva. México, 2014, 75’ - documentarista, pesquisadora e produtora audiovisual). Sinopse: Tijuana, a fronteira mexicana que abriga os marginalizados, terra hostil onde se sobrevive. Ricardo Silva, com sua obra prima Navajazo retrata parte de uma sociedade muitas vezes escondida aos olhos do mundo, sob um olhar etnográfico e longe de qualquer moral conservadora, retratando personagens, situações e paisagens que ultrapassam a própria realidade, já que a desconhecemos. Silva não se contenta em focar este mundo; sai da bolha e evita a pornomiseria. Seu filme é altamente político, consequente e respeitoso com o que mostra. Ele sabe que o que faz é cinema e, como tal, sabe do poder que tem como criador, por isso decide brincar entre o documentário e a ficção, para fazer-nos saber que, por trás do que vemos, há sempre um autor. (Marcelo Cordero)

Terça-feira (11):

Domínio Público (Dir. Fausto Mota, Raoni Vidal e Henrique Ligeiro. Brasil, 2014, 99’). Sinopse: Visando à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos, bilhões de dólares foram e estão sendo investidos no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Grande parte desse dinheiro vai enriquecer um grupo muito restrito de empreiteiros, políticos, bancos e empresários envolvidos com esses megaeventos. O legado a ser deixado para a população é mínimo. E, o pior, várias comunidades estão sendo removidas ilegalmente de áreas de forte interesse imobiliário para periferias distantes, de precário acesso a educação, saúde, transporte e mercado de trabalho.

Sessão com debate com Felipe Peçanha, integrante e fundador do grupo Mídia Ninja, mundialmente conhecido pela cobertura independente das manifestações pós Junho/13. Chegou a ser preso quando cobria em tempo real protestos durante a visita do Papa ao Brasil, com grande repercussão.

Quarta-feira (12):

Cabra Marcado Pra Morrer (Dir. Eduardo Coutinho. Brasil, 1984, 119’. 12 anos)

Início da década de 60. Um líder camponês é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos próprios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva e dez filhos, espalhados pela onda de repressão que se seguiu ao episódio do assassinato.

Sessão com debate com Beth Formaggini, documentarista, pesquisadora e produtora audiovisual. Produziu e dirigiu dezenas de filmes, entre eles “Cidades Invisíveis”, “Angeli 24 horas” e “Coutinho.doc: Apartamento 608”. É também curadora e produtora de mostras de audiovisual no Brasil e no exterior.

Quinta-feira (13)

Fantasmas de La Ruta (Dir. José Celestino Campusano. Argentina, 2013, 201’. 16 anos - Premiere Brasil). Sinopse: Vikingo mantém uma estreita amizade com Mauro, o mais jovem membro do grupo de motociclista, a quem trata como filho. Mauro começa a se relacionar romanticamente com uma bela garota chamada Antonella. Sergio, parente de Mauro, é um pervertido fichado por crimes sexuais que se dedica ao tráfico de pessoas, e é por meio de Mauro que conhece Antonella, a quem sequestra para vender a um prostíbulo.

Sessão com debate com José Celestino Campusano, cineasta argentino cuja obra nos aproxima de sujeitos tidos como “pobres”, “putos”, “violentos”, mostrando sem preconceitos suas trajetórias marginais. É autor do livro “Mitología Marginal Argentina”. Roteirista e Diretor de TV e Cinema, com longas-metragens premiados em diversos festivais. Um dos homenageados pelo V Festival Pachamama.

Sexta-feira (14):

Jogo de Cena (Dir. Eduardo Coutinho. Brasil, 2005, 105’. Livre). Sinopse: Atendendo a um anúncio de jornal, 83 mulheres contaram sua história de vida em um estúdio. 23 delas foram selecionadas, em junho de 2006, e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano várias atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas por estas mulheres.

Postado em: 10/11/2014