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I Seminário de Ações Afirmativas na Universidade e na Escola

por petrolitano publicado 13/10/2011 19h05, última modificação 14/10/2011 09h58
Seminário discute ações inclusivas para escolas e universidades.
I Seminário de Ações Afirmativas na Universidade e na Escola

Convidados do Evento

Na manhã desta quinta-feira, 13, Universidade Federal do Acre (Ufac) sediou o I seminário de Ações Afirmativas na Universidade e na Escola. A temática foi o Estatuto da Igualdade Racial e Políticas de Ações Afirmativas nas Universidades e Escolas Públicas Brasileiras.

O evento contou com a presença de representantes de vários segmentos sociais como: hip-hop, LGBT, autoridades religiosas, políticos e professores. A organização é do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da Ufac.

Segundo Almerinda Cunha, representante do Fórum de Educação Étnico-racial do Estado do Acre, um evento como este é para fortalecer a ideia de inclusão da igualdade racial no Brasil.

“Precisamos incluir nas grades curriculares as leis 10.639 e a lei 11.645, que trata da história da África, a cultura afro-brasileira e da cultura indígena. Isso é para que nossas crianças cresçam com aprendendo a respeitar o diferente e não hostilizar a pessoa porque tem características diferentes da sua, ou por ter  uma religião diferente, uma escolha sexual diferente. É preciso mostrar que todos somos iguais e que somos cidadãos”  e completa. “O racismo está dentro de todos nós. Faz parte da educação que recebemos e isso precisa mudar”, afirma.

Para o organizador do evento, professor Andrio Gatinho, o seminário é para discutir a necessidade da adoção de ações afirmativas. “É necessário levar em conta a diversidade de experiências de outras universidades e discutir parcerias que fortaleçam a educação superior no estado”.

Raimunda Barros é umbandista e moradora no município do Bujari, ela já sofreu preconceito por seguir a religião da umbanda. Segundo ela, moradores do local já incendiaram seu terreiro por preconceito. Ela acredita que o evento veio para ajudar na construção de novas identidades.

“É preciso que tenhamos a consciência de que hoje, não é mais como antigamente, quando as pessoas iam à casa de minha mãe apenas para conversar e a vizinhança falava que era para fazer ”um trabalho”. Sofri esse preconceito quando era mais jovem, sofro esse mesmo preconceito hoje e agora, vejo meus filhos sofrendo o mesmo preconceito. Participo do seminário, porque sei que é por aqui, que iremos construir respeito por todos”.

O Pasto J. Conceição é da igreja Batista. Ele faz parte do grupo de discussão de Ações Afirmativas. Para ele o maior desafio para implantar Ações Afirmativas nas Escolas e nas Universidades Brasileiras é necessário quebrar paradigmas. “Estamos diante de dois desafios. O primeiro é desconstruir uma série de conceitos que se transformaram em pré-conceitos. O segundo é construir. Construir uma nova página, onde todos conscientemente aprendam a respeitar o próximo como ele é. Valorizando a dignidade da pessoa humana. As pessoas não têm que concordar comigo nem eu com ela. Temos que ter um ponto em comum, temos que nos  respeitar” disse.