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Jogos, vídeos e gibis são doados à Biblioteca Central da Ufac

por Ascom02 publicado 11/02/2016 14h34, última modificação 11/02/2016 14h36
Material foi produzido por estudantes dos cursos de Educação Física, Enfermagem e Medicina

Desenvolver jogos, gibis e vídeos com referências nas disciplinas de Atividade Física na Promoção da Saúde, Imunologia e Musculação. Foi esse o desafio recebido por estudantes dos cursos de Educação Física (bacharelado), Enfermagem e Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac). A proposta foi lançada pelo professor Miguel Bortolini, do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto. A ideia foi desmistificar o assunto entre os próprios estudantes universitários, sem deixar de aproximar o tema da comunidade.

“Você entra na sala de aula e é recebido pelos estudantes já com aquela visão de que a disciplina é superdifícil. Com essa metodologia, eu quis demonstrar que o assunto, a depender da linguagem utilizada, pode se tornar de fácil compressão para qualquer público”, justifica o professor. “A maior parte da produção — os jogos e gibis — foi desenvolvida para atender a todas as faixas etárias, mas especialmente as crianças que acabam desenvolvendo o papel de se tornarem educadores dos mais velhos.”

O docente lembra que, hoje, muitas crianças convivem com idosos, público cujo índice de doenças, como diabetes, hipertensão e obesidade, é alto. “A hipertensão mata muito mais que dengue ou zika. Uma a cada três pessoas no mundo morre devido à hipertensão”, alerta Bortolini.

Aos estudantes do 1º período do curso de Medicina (à época), coube a missão inicial de, em grupo, desenvolver os jogos que foram, posteriormente, aperfeiçoados pelos discentes do curso de Enfermagem. Jogos inspirados em outros já disponíveis no mercado, jogos de perguntas e respostas, jogos de memória, jogos de cartas e jogos de tabuleiros somaram seis produções que foram doadas, na manhã desta quinta-feira, 11, para o acervo da Biblioteca Central da Ufac.

“Essa é a primeira vez que a biblioteca recebe uma doação desse tipo de material. É uma produção que, sem dúvida, servirá de apoio para as atividades dos alunos e pode, no futuro, despertar o interesse de outros estudantes em alcançar o público infantil com conhecimento científico”, avalia a diretora da biblioteca, Vivyanne Neves.

Inclusão

A estudante do curso de Enfermagem, Cawana Nascimento, expandiu o desafio. Ao aperfeiçoar o jogo de tabuleiro intitulado “Jogo da Vida: onde o melhor ataque é a defesa”, ela teve a ideia de fazer uma adaptação que incluísse pessoas com deficiência visual. “Em grupo, nós fizemos a modificação do jogo comum, mas a ideia de tornar aquele material acessível a quem tem deficiência visual foi imediata. Falei com o professor, procurei o Núcleo de Apoio à Inclusão da Ufac e, durante a greve, me debrucei na codificação, em braile, de todo o jogo”, diz a estudante, que já tinha tido uma experiência como monitora de estudantes com deficiência na própria universidade.

O “Jogo da Vida” consiste em um jogo de tabuleiro desenvolvido para até quatro participantes, com o objetivo avançar as casas, acumulando pontos e desviando dos riscos de infecção. Vence o desafio quem chega primeiro. “O jogo foi pensado para promover a inclusão mesmo. Jogadores com deficiência e sem deficiência podem brincar ao mesmo tempo”, explica Cawana. O tabuleiro e todas as cartas distribuídas trazem a linguagem do jogo original, além das marcações em braile.

“O mais gratificante dessa atividade é saber que participei de algo que, além de ajudar a nós mesmos enquanto estudantes, servirá para levar conhecimento a outras pessoas, proporcionando, através do tato, a visão que nós temos. Não tenho dúvida que isso vai melhorar a qualidade de estudo e o saber de muita gente”, orgulha-se a estudante.

Quadrinhos e vídeos

Além dos jogos, foram entregues à biblioteca um acervo digital completo, contendo a apresentação, em vídeo, de 64 artigos científicos ligados a temas relacionados à pratica da atividade física na promoção da saúde e sobre musculação e seus benefícios, além do arquivo de dez gibis, com histórias vinculadas à atividade física na promoção da saúde e personagens com características físicas inspiradas no povo acriano.

“Essa foi a primeira vez que participei de uma atividades dessas. A produção dos gibis é interessante porque, através da linguagem diferente dos quadrinhos, a gente consegue alcançar diferentes públicos, desde crianças até adultos. É gratificante fazer o conhecimento científico dialogar com conhecimento popular”, comenta o estudante de Medicina Henrique Viana, que trabalhou na elaboração de um gibi com narrativa de transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

“No caso da gravação dos vídeos sobre os artigos científicos, a grande importância é nos colocar, desde logo, em contato com a linguagem de grandes estudos científicos. Isso fortalece a nossa base de estudantes universitários e facilita a trajetória acadêmica. A disponibilidade na biblioteca vai permitir o acesso a um número maior de estudantes, estimulando, inclusive, a multidisciplinaridade”, opina Gilvan Lima, estudante do curso de Educação Física (bacharelado).

Postado em: 11/2/2016