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Pesquisadores discutem avanços em relação à restauração do igarapé Santa Rosa

por Ascom-01 publicado 16/10/2015 10h50, última modificação 16/10/2015 10h50
Pecuária e ausência de saneamento básico castigam o Igarapé

Há mais de cinco anos um conjunto de instituições que inclui pesquisadores do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Acre (Ufac), Engenharia Civil da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac), campus Xapuri, juntamente com o Fundo Mundial para Vida Silvestre, World Wide Found for Nature (WWF), a Oscip Andiroba, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, a Associação dos Moradores do Bairro Bolívia e a prefeitura de Xapuri, desenvolvem uma série de atividades no igarapé Santa Rosa.

Genuinamente xapuriense, o curso d’água sofre impacto direto da pecuária e da instalação desordenada de residências.

Para o pesquisador da Unesp, o engenheiro civil com doutorado em logística de transporte, Jairo Salim Pinheiro de Lima enquanto que na porção rural o igarapé foi degradado devido a substituição da mata ciliar por cultivo de capim, em área urbana o problema decorre do impacto ligado a saneamento básico, com o despejo de esgoto sem tratamento. Em sua apresentação realizada durante a reunião realizada no último dia 9, no Ifac, o pesquisador foi categórico ao afirmar que a situação crítica do igarapé pode ser revertida com a adoção de tecnologias de baixo custo e já disponíveis no mercado. Um exemplo é a tecnologia cadastrada na Rede de Tecnologia Social, denominada Fossa Seca ou Fossa Séptica que já é utilizada na porção urbana do igarapé. Sem exigir dos trabalhadores habilidades complexas e de baixo custo, 270 exemplares de fossas sépticas foram instaladas em Xapuri durante a fase II do projeto Igarapé Santa Rosa que conta com o da Fundação Banco do Brasil. A ação atendeu 100% das residências localizadas no raio de influência do igarapé.

Com relação à porção urbana do igarapé a tecnologia cadastrada na Rede de Tecnologia Social, denominada de Fossa Seca ou Fossa Séptica é de simples aplicação, não exige dos trabalhadores habilidades complexas e, o mais importante, de baixo custo. Apoiado com recursos da Fundação Banco do Brasil, a Fase II do projeto possibilitou a instalação de 270 Fossas Sépticas, atendendo a Santa Rosa.

“Isso significa que a totalidade do esgoto residencial carreado para o rio Acre chegará ao Igarapé Santa Rosa após passar por um tratamento sanitário. A expectativa é de que no curtíssimo prazo a água que corre no igarapé apresente características visíveis, como cor e turbidez, de melhoria”, avalia Écio Rodrigues, professor associado da Ufac.

O presidente da Associação de Moradores do Bairro Bolívia, Chico Ramalho, fez questão de ressaltar que a instalação de 270 fossas sépticas foi um benefício que os moradores não poderão deixar de valorizar. Segundo ele, o momento é de união uma vez que a tragédia acarretada pela alagação do início do ano deve servir para que as comunidades se unam em torno de projetos para melhoria das condições de vida em Xapuri. Com motivação para concluir a construção da sede da Associação ele aproveitou para agradecer a todos que se uniram na execução do projeto fazendo um chamamento para discutir sua possível Fase III.

“A conclusão unânime de todos os participantes é que essa experiência não pode ser perdida em relatórios de execução que agradam as instituições, mas tem pouca serventia na vida das pessoas. Pelo contrário, a experiência do Igarapé Santa Rosa deve ser continuada. Após a trágica alagação de 2015, Xapurí parece dar sinais de que uma recuperação é possível. Só depende das pessoas”, analisa o professor Écio.

 

Postado em: 16/10/2015