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Proex reitera ações em benefício de indígenas

por Ascom02 publicado 20/04/2015 09h46, última modificação 20/04/2015 09h46
Proex reitera ações em benefício de indígenas

Alana Manchineri, aluna de Biologia da Ufac

No Dia do Índio, comemorado nesse domingo, 19 de abril, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), da Universidade Federal do Acre (Ufac), reafirma seu compromisso com a luta dos povos indígenas pela promoção da igualdade de direitos.

Na Diretoria de Arte, Cultura e Integração Comunitária (Dacic), da Proex, é desenvolvido um trabalho de palestras e oficinas focado nos direitos humanos das mulheres, que inclui a questão das mulheres indígenas. Nas oficinas são tratadas todas as formas de violência de gênero, o machismo e a necessidade de eliminá-los.

“Sabemos que as mulheres são sempre as primeiras vítimas de todas as mazelas de nossa sociedade, historicamente oprimidas dentro de nossa sociedade patriarcal”, disse a coordenadora das oficinas, Fabiana Chaves. “Porém, as mulheres negras e indígenas sofrem ainda mais preconceito e violência, por isso essa temática tem um destaque especial em nossas palestras.”

Além disso, na agenda cultural da Dacic, para os próximos meses, visa-se a um maior enfoque na cultura indígena, com exposições de sua arte e apresentações culturais. “É importante que os indígenas tomem posse do espaço da Ufac, que sua cultura, que é raiz de todo o Acre, seja valorizada”, opinou o pró-reitor de Extensão e Cultura, Enock Pessoa. “Os saberes tradicionais precisam ser promovidos e estamos abrindo este espaço.”

Iniciativas da Ufac para indígenas

Outra iniciativa da Ufac é o curso de pré-Enem específico para indígenas. Segundo o diretor de Desenvolvimento Estudantil, Charles Brasil, o edital para este curso deverá ser lançado na próxima semana. Essa diretoria possui, também, um programa de avaliação de desempenho dos alunos cotistas, no qual os indígenas estão incluídos.

“Nosso levantamento, com índice de aprovação, desistência, acompanhamento de rendimento, agora será feito especificamente para os alunos indígenas, para que assim possamos saber em que podemos ajudar esses alunos e construir mais projetos voltados a eles”, disse Brasil.

Vale destacar, ainda, as duas turmas de graduação em Formação Docente para Indígenas, ofertada no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. Ao final do curso foram formados 50 alunos, que hoje atuam diretamente na educação indígena ou em órgãos voltados a essa população.

“É uma formação específica para indígenas. Nós vemos os frutos: esses indígenas trabalhando, utilizando os conhecimentos a favor da melhoria de suas condições de vida, atuando nas escolas indígenas”, ressaltou Valquiria Garrote, que foi coordenadora do curso. “A oferta desse tipo de formação é muito necessária.”

Para a estudante de Ciências Biológicas, Alana Keline Manchineri, 24, apesar das muitas melhorias conquistadas, ainda é preciso mais, principalmente no que diz respeito ao preconceito. “Na graduação, sempre escutamos a pergunta: ‘Você é índia e está na universidade?’ A formação do branco sobre o índio é preconceituosa”, disse ela.

“Aprendem que índio vive na oca e anda pelado. Por isso, uma das questões mais tratadas por nós, estudantes indígenas, dentro da universidade, é a questão da lei nº 11.645/08, que exige o ensino da história e culturas afro-brasileira e indígena. Porque através dessa lei conseguimos mostrar a diversidade de culturas que temos no Brasil e no Acre, mas nem todos os cursos da universidade possuem disciplinas que abordem esse tema importante”, continuou Alana. “Resistimos por 514 anos e continuaremos resistindo.”

Postado em: 20/4/2015

(Ascom-Ufac)