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Professora da Ufac lança livro sobre o imaginário social na Amazônia

por Ascom02 publicado 14/09/2016 05h28, última modificação 14/09/2016 05h28

“Todo livro, no fundo, é uma margem, uma fronteira”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), Júlio Pimentel, no prefácio do e-book da professora do curso de Jornalismo da Ufac, Francielle Maria Modesto Mendes. E é a partir das margens entre história e literatura que a autora vai discutir as Amazônias, seus imaginários e os aspectos culturais que as atravessam.

O livro digital recém-lançado intitula-se “Imaginário na Amazônia: os Diálogos entre História e Literatura”. A publicação foi produzida pela Editora da Universidade Federal do Acre (Edufac) e investiga a busca pela percepção do imaginário no espaço amazônico por intermédio do estudo do romance “Coronel de Barranco” (1970), do autor brasileiro Cláudio de Araújo Lima. A narrativa é ambientada na Amazônia do final do século 19 e início do 20.

O e-book de Francielle é fruto de sua tese de doutorado defendida na USP, em 2013, e dá voz aos personagens que atuaram, sobretudo, no 1º Ciclo da Borracha. Divide-se em três capítulos. No primeiro, intitulado “Coronel de Barranco: as Sementes, as Árvores, as Cinzas”, apresenta-se o romance estudado, que está dividido por Araújo Lima em três grandes blocos metafóricos: as sementes, as árvores e as cinzas. A ideia é abordar a narrativa, detalhando-a para melhor compreensão do tema discutido. Há um destaque para o desempenho da figura dos seringueiros, caboclos e coronéis e das formas de trabalho. Analisam-se, ainda, os fatores econômicos que envolviam o Ciclo da Borracha amazônico.

No segundo capítulo, a autora discute o percurso da literatura de expressão amazônica, enfatizando as produções de autores acreanos. A ideia é observar de que forma e sob que olhar acontece a construção literária da região. O debate segue sobre a formação social, os processos de modernização da economia e a integração da região amazônica ao restante do país.

No último capítulo, Francielle mostra como os pressupostos da Nova História Cultural articulam as narrativas históricas e literárias e tensionam aspectos da vivência humana e da representação do real nas Amazônias. “A história e a literatura têm por objetivo a reconfiguração de um passado, ‘real’ ou ‘imaginário’, em que critérios como o de credibilidade e o de verossimilhança são observados e problematizados”, explica a autora.

Postado em: 14/9/2016