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Projeto leva estudantes do CAP para pesquisa de campo

por Ascom-01 publicado 27/10/2015 10h28, última modificação 27/10/2015 10h28
Atividades fomentam desenvolvimento do saber científico na educação básica

Há quatro anos o projeto da professora do Colégio de Aplicação (CAP) da Universidade Federal do Acre (Ufac), Simone Tojal, modifica a rotina de estudantes da educação básica. Durante três dias, meninos e meninas — de 15 a 18 anos — têm a oportunidade de imergir na floresta, explorando espaços e novas oportunidades de saber. A ideia do “Biocamp: integrando conhecimentos e saberes” é semear a cultura científica pré-acadêmica.

biocampO projeto começa com uma preparação teórica dos participantes.  Na primeira etapa de atividades, os alunos participam de encontros no próprio CAP, onde são ministradas palestras e seminários sobre introdução à metodologia científica. Na sequência, professores e pesquisadores repassam instruções básicas para o desenvolvimento de atividades de campo, como noções de primeiros socorros, informações sobre doenças tropicais e dicas de como evitar acidentes. Com a teoria na cabeça, chega a hora de enfrentar os desafios da prática.

“O acampamento é a fase mais aguardada pelos alunos. Em três dias, eles têm a oportunidade de vivenciar experiências inéditas muitas vezes até para bolsistas da graduação. Esse contato prático com a ciência é fundamental para alimentarmos a curiosidade e o interesse pela pesquisa”, afirma Simone.

Toda a atividade de campo é realizada na Fazenda Experimental Catuaba (FEC), uma área verde pertencente à universidade e distante 25 quilômetros da capital. No local, os alunos são divididos em quatro grupos de trabalho para melhor desenvolvimento da coleta e pesquisa biológica. “Os estudantes recebem toda a orientação de segurança e estão sempre acompanhados por professores e bolsistas. Há grupos que estudam insetos, pássaros, plantas, anfíbios e répteis. Para desenvolvimento da pesquisa são necessárias estratégias de estudo no campo como preparação de armadilha no solo e redes para captura de animais. Tudo é feito com autonomia por eles”, destaca a coordenadora do projeto.

Aos 16 anos, Eduardo Candido, estudante da 2ª série do ensino médio, foi um dos 29 participantes da edição deste ano do Biocamp. Sem qualquer experiência em atividades do tipo, ele demonstrou entusiasmo no retorno à sala de aula. “O que vivemos em campo através desse projeto é algo indescritível. É difícil até calcular todos os benefícios conquistados através do Biocamp. Poder ver e sentir de perto aquilo que está nos livros é muito engrandecedor. Se de toda essa experiência ficou uma certeza é a de que eu quero ter a pesquisa presente na minha vida futura”, diz o jovem que ainda decide entre Medicina e Farmácia como opções para o vestibular.

biocamp O Biocamp teve início em 2009, como um projeto piloto. As atividades foram retomadas em 2013 e, desde então, se mantiveram periódicas. As atividades envolvem quatro técnico-administrativos, 12 docentes CAP/Ufac e 11 bolsistas da graduação. Acadêmico do 7º período do curso de Ciências Biológicas da Ufac, Rafael Ruan Pinto atua como bolsista no projeto há três anos. “Quero me tornar um professor pesquisador e esse projeto é ideal nesse sentido. Ele une docência e pesquisa ao mesmo tempo”, avalia ele. “Nesses três anos eu pude passar dados e informações que venho estudando na graduação e percebo o empenho dos alunos. Levar essa noção do saber científico aos meninos do ensino básico e depois encontrá-los aqui na Ufac já como estudantes de graduação é muito gratificante”, acrescenta o bolsista que coordena o grupo de trabalho responsável pelo estudo de aves e que este ano teve uma surpresa. “Esta edição foi muita positiva. Fizemos registros importantes de aves, entre eles, o de uma espécie ainda não capturada na área do Catuaba, o ‘Platyrinchus platyrhynchos’ (patinho de coroa branca). Isso já gerou um novo registro para ampliação da lista de espécies do local”, comemora.

Todos os dados coletados durante os três dias de pesquisa estão sendo analisados e se transformarão em artigos científicos apresentados em um seminário de encerramento marcado para o próximo dia 27 de novembro. O projeto envolve as áreas das ciências da natureza, códigos e linguagens, saúde e desporto, matemática e estatística e ciências humanas. “Fomentar o conhecimento científico no ensino básico traz resultados imensuráveis. Estamos qualificando alunos do ensino básico que já chegarão à academia aptos a desenvolver pesquisas e projetos”, conclui o bolsista.

 

 

Postado em: 27/10/2015