Roda de conversa aborda cultura surda, arte e jornalismo

Uma roda de conversa sobre cultura surda, arte e jornalismo será realizada no próximo dia 29 deste mês, às 19h, na sala ambiente do bloco do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac), com a participação de representantes dos cursos de Letras/Libras e Artes Cênicas, bem como do diretor da minissérie acreana “Mauani, o Silêncio de Maria”. A atividade é aberta à comunidade.

Segundo o coordenador do curso de Letras/Libras, Alexandre Melo, o encontro irá tratar a relação entre cultura e linguística surda. “É uma língua que trabalha com elementos visuais, espaciais e com a expressão, que é muito importante na comunicação”, destaca. O professor irá apresentar uma breve introdução à cultura surda, com o propósito de sensibilizar acadêmicos de Jornalismo e Artes Cênicas para a questão da diversidade de modos de consumir notícias e bens artísticos.

A graduação de Artes Cênicas estabeleceu contato com essa cultura a partir do ingresso de uma estudante surda. “Todos os professores estão tentando se inserir nesse universo que, para nós, é novo”, explica o coordenador do curso, Écio Rogério Cunha, que participou da gravação da série interpretando Moacir, um guarda-livros do seringal. Écio também trabalhou na formação de fanfarras escolares, com pessoas com deficiência, entre 2001 e 2013, em Rio Branco.

A experiência da produção e gravação de “Mauani, o Silêncio de Maria”, que está em processo de montagem, também será compartilhada na conversa. O diretor e um dos roteiristas da série, Silvio Margarido, diz que a ideia de uma surda protagonizar o filme surgiu a partir do próprio conceito de silêncio. “É uma forma de contar a história do silêncio particular das memórias de uma idosa, ao mesmo tempo em que acrescenta outra linguagem”, comenta.

A roda de conversa faz parte do projeto Comunicação, Libras e Artes: formação e laboratório por meio da série “Mauani, o Silêncio de Maria”, realizado por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Ufac, e que envolveu técnico-administrativos, professores e alunos na produção e gravação da série, como Elimara Lima dos Santos, acadêmica do curso de Letras/Libras, que interpretou Maria Clara, uma jovem surda e descendente de indígenas.

A obra é financiada pelo programa Brasil de Todas as Telas, da Agência Nacional de Cinema (Ancine), e deve ser distribuída a televisões comunitárias, educativas e aos canais abertos pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Para saber mais e acompanhar o projeto, acesse a fanpage do filme no Facebook.

(Jaine Araujo e Nina Veras, acadêmicas do curso de Jornalismo da Ufac, sob supervisão da professora Giselle Lucena)

Postado em: 18/8/2016