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SBPC Indígena debate conhecimento tradicional e científico

por Ascom02 publicado 25/07/2014 10h40, última modificação 25/07/2014 10h40

A SBPC Indígena é uma das novidades da 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Rio Branco desde a última terça-feira, 22. Participam cerca de 50 etnias dos estados amazônicos do Brasil, nove etnias do Peru, cinco da Bolívia e algumas do Chile.

O convite para participar do evento foi realizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). A participação dos povos indígenas já acontecia em outras reuniões da SBPC, porém de forma individual.

A proposta do encontro é promover uma inter-relação entre os saberes tradicionais e o conhecimento científico. A programação tem 24 mesas redondas, dez conferências, cinco encontros, além da realização de rituais, apresentações musicais e exposições. No espaço estão sendo debatidos temas de interesse dos indígenas, proporcionando um diálogo com cientistas das mais diversas áreas de atuação.

“A participação dos povos indígenas não deve ser oferecida apenas casualmente; eles possuem o direito de acento permanente nos espaços institucionais, universidades, instituições científicas”, afirmou Jacó Picolli, coordenador da SBPC indígena, ao falar sobre a importância da realização do evento. “É preciso que a sociedade brasileira, o Estado brasileiro reconheça isso. Eles representam muito do conhecimento, por toda sua tradição, experiência milenar de relações ecológicas e intersociais.”

Muitas lideranças estão participando da reunião. Esse é o exemplo de José Guilherme Kaxinawa (Hunimaru Inubaki), coordenador da organização dos povos indígenas do rio Envira, Feijó (Opire). Para ele, a SBPC Indígena é importante para compartilhar o conhecimento, mostrar a realidade, discutir temas importantes, reivindicar e buscar soluções e fazer um intercâmbio cultural entre os povos.

“É uma oportunidade para reivindicar que a sociedade organizada conheça, respeite a nossa cultura, acabando com o preconceito que ainda existe”, ressaltou Guilherme Kaxinawa.

Postado em: 25/7/2014