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Seminário sobre medicalização na educação começa na Ufac

por Ascom02 publicado 08/09/2016 11h45, última modificação 08/09/2016 11h45

Com o objetivo de ampliar o debate sobre diversidade e historicidade dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano em termos coletivos e não individualizantes, o curso de Psicologia da Universidade Federal do Acre (Ufac), em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac), abriu na manhã desta quinta-feira, 8, o 1º Seminário sobre Medicalização na Educação no Estado do Acre.

O evento segue até amanhã, no anfiteatro Garibaldi Brasil, e reúne docentes e discentes de áreas da saúde, licenciaturas e pedagogia, além de representantes da Educação do Estado e do Município, juntamente com pais para discutir alternativas para conter o avanço da chamada medicalização na escola.

“A medicalização na educação acontece há muito tempo. No curso de Psicologia, nós estamos discutindo o tema, inclusive porque temos percebido, na academia, a chegada, cada vez maior, de alunos com desenvolvimento de aprendizagem retardado. Eles são fruto desse processo”, disse a coordenadora do curso de Psicologia, Inez Jalul. “Nossa expectativa é que este momento sirva de alerta para profissionais das áreas de saúde e educação.”

No exercício da reitoria, a vice-reitora da Ufac, Guida Aquino, falou sobre a banalização do diagnóstico e criticou a pressão aplicada, principalmente, sobre as crianças. “Seja na família, seja na escola, o que nós percebemos, cada vez mais, é a ofensiva sobre o comportamento humano na busca por uma padronização”, comentou. “O medicamento acaba funcionando como controle e solução, o que pode ser especialmente nocivo tanto para a sociedade quanto para a saúde. Trazer essa discussão para a Ufac é louvável.”

Programação

O evento trouxe a Rio Branco professoras convidadas de São Paulo, Minas Gerais e Rondônia. Pela manhã, a conferência de abertura ocorreu com a professora e presidente eleita da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, Marilene Proença, que discutiu o tema “Políticas públicas e medicalização na educação”.

“A ideia é que, nesses dois dias, nós problematizemos, mas também pensemos em ações no campo de políticas públicas e de formação de profissionais, tanto na área da saúde quanto na de educação”, destacou Marilene. “Vivemos a naturalização da ‘bolsinha’: analgésico, vitamina, fortificante, antidepressivo. É preciso ter cuidado com essa máscara da melhoria da qualidade de vida.”

À tarde, a conferência ocorre com a professora Silvia Maria Cintra, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com o tema “Cotidiano escolar: professoras das séries iniciais e a constituição da criança na escola”. Também há uma mesa-redonda sobre “Problemas de aprendizagem ou problemas de escolarização?”, com Iracema Tada, da Universidade Federal de Rondônia (Unir); Úrsula Maia, da Secretaria de Estado de Educação do Acre; e Clóvis Neves, da Associação de Pais de Crianças com TDAH [Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade].

Como parte da programação, o seminário englobará, ainda, o Fórum sobre a Medicalização da Educação e Sociedade em Rondônia e no Acre, marcado para 14h desta sexta-feira, 9.

Postado em: 8/9/2016