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Wokshop discute risco de seca extrema no Acre

por Ascom02 publicado 29/03/2016 18h45, última modificação 29/03/2016 18h45
Evento realizado no PZ da Ufac reuniu instituições ligadas ao meio ambiente; combate a queimadas foi tema de debate

A estação mais quente do ano sequer começou no Estado e o risco de uma estiagem prolongada já preocupa os principais órgãos ligados à área ambiental no Acre. Após um ano marcado pela maior inundação vivida na história local, estudiosos temem, agora, a repetição de um fenômeno oposto. Uma estiagem que pode alcançar as mesmas proporções das de 2005 e 2010, quando a região registrou secas severas e forte avanço de incêndios florestais.

“Não estamos tratando de algo certo, mas de uma possibilidade real. Temos observado, nos últimos 15 anos, o aumento progressivo da temperatura global, que associada ao avanço dos efeitos do fenômeno El Niño, que continua influenciando nosso clima, tendem a produzir ondas de calor superiores às médias, o que pode se traduzir em um ano crítico para estiagem”, apontou o doutor em Ciências Ambientais e pesquisador da Ufac, Foster Brown, que também não descarta totalmente a ocorrência de uma possível inundação.

“O rio se comporta de uma maneira que preocupa menos, mas em 2011, por exemplo, registramos uma cheia em meados de abril. Precisamos permanecer preparados, otimistas para aquilo que queremos, mas conscientes daquilo que pode acontecer”, disse o cientista. Brown é Membro da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais do Acre (Cegdra), que esteve reunida durante a manhã desta terça-feira, 29, em um workshop realizado no Parque Zoobotânico (PZ) da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Com o tema “Vulnerabilidade à Seca de 2016”, o evento deu início ao planejamento de ações integradas que devem ser adotadas com vistas ao controle e combate de queimadas e incêndios florestais no Estado. “Estamos nos antecipando, enquanto governo, para criar um plano de enfrentamento que inclui o trabalho educativo junto às comunidades, uma vez que o Acre tem em média 40 mil produtores apenas na zona rural”, destacou o presidente da Cegdra e Secretário de Estado de Meio Ambiente, Edegard de Deus. “O desenvolvimento desse trabalho integrado representa a busca da redução de impactos negativos sociais, econômicos e ambientais diante de um possível evento extremo.”

Entre as consequências da possível ocorrência de uma seca extrema, estão a diminuição considerável do nível de água do rio Acre e o consequente comprometimento do abastecimento de água potável da cidade, agravos de saúde ocasionados pela elevação do nível de fumaça circulante, além de prejuízos e impactos sobre a produção agrícola, ocasionados pelo avanço de incêndios florestais.

Tudo causado pelo efeito da chamada evapotranspiração, que é a perda prolongada de água pelo vegetal e pelo solo. “Se houver essa elevação das ondas de calor, acompanhada pela não ocorrência suficiente de chuvas no período para essa reposição hídrica, temos as condições para esse efeito extremo”, explicou Brown.

Instituições e meio ambiente

O workshop contou com representantes da Ufac, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), do Corpo de Bombeiros e defesas civis Municipal e Estadual, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação dos Serviços Ambientais (IMC), da Secretaria de Gestão Administrativa (SGA) e convidados.

A Cegdra é presidida pela Sema e coordenada pelo IMC. A comissão é formada por três câmaras técnicas: produtos químicos perigosos, enchentes e períodos secos, queimadas.

Postado em: 29/3/2016