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Buriti pode evitar surgimento de câncer

por petrolitano publicado 25/01/2012 10h22, última modificação 25/01/2012 10h22
Jornal Página 20, 22.02.2002

Senildo Melo


A professora de biologia da Universidade Federal do Acre (Ufac) Nívea Maria de Paula Fernandes, com mestrado e doutorado em botânica, estudou durante seis anos, na região do Vale do Acre, a importância econômica e nutritiva do buriti (Mauritia flexuosa), palmeira típica da região amazônica, que se desenvolve em áreas alagadiças.

A tese foi defendida no último dia 6, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, tendo recebido nota máxima na área de botânica por defender o uso sustentável da palmeira.

Seu estudo revelou que o buriti vem sendo utilizado em países da Amazônia Legal, como Peru e Venezuela, na produção de sorvete. Seu suco é rico em vitamina A e C. No Brasil, a planta tem grande aceitação no mercado artesão. Todavia, uma das mais relevantes constatações durante o trabalho desenvolvido pela professora Nívea é de que o óleo do buriti tem a capacidade de filtrar e absorver os raios ultravioleta, agressivos à pele humana, podendo evitar o surgimento de câncer de pele e outras doenças do gênero.

Diante dessa descoberta, a Natura, empresa do ramo cosmético que domina o mercado brasileiro, já desenvolve em alta escala a produção de hidratante do buriti, com grande aceitação no mercado nacional.

No conteúdo da sua tese de doutorado, Nívea Fernandes destaca, de maneira prioritária, o uso da palmeira de forma sustentável.

“Sabemos que a riqueza da floresta amazônica é bastante diversificada. Entretanto, o homem precisa aprender a utilizar os recursos naturais sem agredir ou comprometer o meio ambiente. Isso colabora no crescimento da região amazônica de maneira sustentável, portanto, sem impacto ambiental. Aliás, esse foi um dos motivos pelos quais eu ainda não havia divulgado toda essa riqueza existente no buriti”, destacou.

Produção de energia elétrica por meio do óleo de buriti

Pesquisadores das universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Brasília (UnB) desenvolveram há alguns anos uma pesquisa na região de Guajará-Mirim (RO), na fronteira com a Bolívia, que visava descobrir um novo modelo de energia sustentável baseado no extrativismo vegetal.

Usando um pequeno gerador alemão, os pesquisadores conseguiram implantar uma miniusina de energia tendo como base da matéria-prima o uso do óleo de buriti. Mais tarde, estudos comprovaram que o uso da planta na produção de energia elétrica reduz praticamente a zero os efeitos da poluição na camada de ozônio, podendo ser utilizada como energia alternativa.

No Acre, as mudas de buriti - planta bissexual - podem ser encontradas no Parque Zoobotânico da Ufac.