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Governo garante obras do bloco do curso de medicina

por petrolitano publicado 24/01/2012 18h39, última modificação 24/01/2012 18h39
Jornal A Tribuna, 08/02/2002

O governador Jorge Viana e o reitor Jonas Filho assinaram ontem, no Campus Universitário, a ordem de serviço para início das obras do bloco que abrigará o curso de Medicina. É a garantia - concreta - de que a implantação do curso, uma antiga aspiração da comunidade, já não é mais um sonho, é realidade. Depois disso resta apenas um passo: a aprovação final do novo curso no Ministério da Educação.

O processo já está, inclusive, em fase final de análise e a previsão é de que seja homologado até meados de março. Em seguida será realizado o vestibular, para início das aulas ainda este ano, provavelmente em junho. A obra terá 1.600 metros quadrados de construção e foi orçada em R$ 623 mil, com prazo de entrega estipulado em 105 dias. O bloco terá dois pavimentos com 20 salas.

A construtora vencedora da licitação inicia os trabalhos logo após o carnaval. O reitor Jonas Filho disse que o curso de Medicina foi aprovado duas vezes pelo Ministério da Educação. "Agora precisamos apenas da homologação do Conselho Nacional de Educação", informou. "A partir daí, realizaremos o vestibular", acrescentou.

O curso de Medicina da Ufac será inédito no País, pois formará médico generalista. Isso significa dizer que não serão formados especialistas e sim profissionais aptos para assistência integral ao indivíduo, à família e à comunidade, nos moldes do médico da família formado nas universidades cubanas e considerados entre os melhores profissionais da América Latina.

Foi exatamente por isso que o governador Jorge Viana, na assinatura da ordem de serviço, afirmou que o novo curso da Ufac precisa ter um caráter "social", pois, segundo ele, nem mesmo os salários de até R$ 6 mil oferecidos pelo governo atraem os médicos para o interior do Estado.

"No interior, onde a carência desses profissionais é grande, estamos sendo socorridos por médicos vindos da Bolívia e do Peru, como se o Brasil fosse o primo pobre desses países. Nossa luta em torno desse curso de Medicina visa pôr um fim em tudo isso", disse. "Enquanto no resto do País se discute o fechamento de cursos e até a privatização das universidades públicas", disse o governador, "no Acre ampliamos de quatro mil para oito mil o número de vagas na Ufac", acrescentou.

“É absurdo que tenhamos médicos da Bolívia e do Peru. Vamos formar médicos aqui, com conhecimento da realidade local”

O governador Jorge Viana, que fazia mais de uma semana não falava em público sobre as atividades de seu governo, reapareceu ontem na solenidade de assinatura para a construção do prédio que abrigará o curso de Medicina da Ufac, com um discurso otimista. É a seguinte a íntegra do que ele falou para uma platéia de estudantes e professores no Campus Universitário:

"Eu fico muito contente em estar aqui assinando a ordem de serviço que vai criar a estrutura física da Faculdade de Medicina do Acre no ano em que a Revolução Acreana vai fazer cem anos. Outro dia, me mostraram um jornal feito há 50 anos, e que o redator, o falecido Rufino Vieira, pai do nosso secretário de Cultura, dizia que, naquele ano, por falta do que comemorar, o 50º da Revolução teria que ser adiado para o centenário.

E, graças a Deus, temos muito que comemorar neste centenário porque, com ajuda da sociedade acreana, estamos reconstruindo este Estado e um passo importante nesta reconstrução é a criação da Faculdade de Medicina. É claro que, neste momento, eu não poderia deixar de reconhecer a dedicação do meu irmão, Tião Viana, que como senador e como médico fez da criação da faculdade a sua maior bandeira e seu maior sonho. Lembro que, no início da nossa trajetória política, o Tião tinha dúvidas se nos ajudaria como político.

Ele tinha dúvida se deveria abandonar a Medicina, que é sua maior paixão. Por isso, acho que a bandeira da Faculdade de Medicina é uma forma do senador compensar à sociedade a sua falta como médico. Podemos até ter perdido um médico para a política, mas estamos ganhando uma escola que vai formar muitos médicos. Isso é importante porque, para o mundo, nós, os acreanos, somos uma espécie de primos pobres dos países vizinhos, já que, na Medicina, somos socorridos por profissionais da Bolívia e do Peru, já que brasileiros não querem ir para o interior, mesmo com salários de R$ 6 mil por mês para cuidar dos nossos irmãos. Com a criação da faculdade, vamos mudar esse conceito. Vamos formar médicos aqui, praticando uma medicina mais perto do povo, mais perto da nossa gente. Isso fará com que tenhamos médicos com absoluto conhecimento da realidade local", disse.