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Alunos da Ufac rechaçam pagamento de mensalidade

por petrolitano publicado 30/01/2012 10h05, última modificação 30/01/2012 10h05
Jornal A Tribuna, 21.03.2002

O projeto de lei PL 6173/02, de autoria do deputado José Carlos Coutinho (PFL/RJ), que permite à União a cobrança de mensalidade de alunos das universidades federais é visto como primeiro passo para a privatização das universidades. Desde que o governo federal começou o processo de privatizações, os estudantes e os professores universitários vêem uma sombra pairando sobre as universidades.

Com a criação do provão (exame nacional de cursos), teria, segundo a UNE, sido dado o primeiro passo. Agora alguns alunos e professores dizem que foi dado o segundo passo. Mayka Mesquita, 19, participa ativamente do CA (centro acadêmico) do curso de Processamento de dados. A aluna acha que a cobrança de mensalidade já caracteriza a universidade como particular. Em sua opinião, todos já pagam impostos e quanto maior a renda mais impostos se paga.

"O imposto não é pago? Então a contribuição já foi feita", diz. Seu colega Luciano Souza, 23, considera a proposta uma ofensa ao contribuinte. Considera ainda, que a mensalidade é uma forma de discriminação. "Não importa se a pessoa ganha mais ou menos, a Universidade pública é para o aluno que se dedica e estuda, seja numa escola particular ou numa pública", argumenta. É o que pensam as alunas do curso de História Telma e Cláudia.

Elas acham que tem muita gente de escolas públicas na Ufac e que não é com esse tipo de proposta que vai se democratizar o acesso à universidade, mas pela ampliação da oferta de vagas e pela melhoria na qualidade de ensino. Elas reclamam da Falta de professores, das salas que estão sujas e dos banheiros em estado precário.

O professor Jacó, professor de antropologia e idealizador do curso de Comunicação Social na Ufac, considera a proposta válida, uma vez que "pode ser considerada até como um distribuidor de renda", mas acha que abre um antecedente para a cobrança de mensalidade de todos os alunos num médio prazo e julga inócuo diante das demais dificuldades do aluno carente na universidade. Só com fotocópias de textos, livros e passagens de ônibus, a despesa é suficiente para fazer alguns alunos desistirem de seus cursos.