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MEC interdita curso de Letras da Ufac em Cruzeiro

por petrolitano publicado 09/11/2011 15h24, última modificação 09/11/2011 15h24
Jornal A Tribuna, 13.12.2001

A notícia da interdição do curso de letras, que funciona há dez anos no Campus Avançado da Universidade Federal do Acre (Ufac), na cidade de Cruzeiro do Sul, por conta dos péssimos resultados que alcançou nos últimos provões e avaliações do Ministério da Educação e Cultura (MEC), pegou de surpresa os principais dirigentes da universidade.

Às voltas com uma ameaça de greve dos alunos que questionam o modo como os docentes pretendem repor os dias parados na última greve nacional, o reitor Jonas Lopes Filho evitou qualquer comentário sobre a interdição.

O pró-reitor de Graduação, José Ronaldo Melo, responsável pelos 12 cursos oferecidos pela Ufac em todo o Estado, esclareceu que embora não tenha sido informado oficialmente pelo MEC, já previa algo nesse sentido.

"Reconhecemos os problemas apontados nos vários modos de avaliação utilizados pelo ministério, dentre eles o Provão, só estranho é que, embora reclame, o próprio governo não repassa os recursos que necessitamos para conseguir corrigir nossas falhas. Na verdade, o dinheiro da universidade vem sendo sistematicamente cortado ao longo dos últimos cinco anos".

Ele lembra que a partir do momento em que for oficializada a interdição do curso pelo MEC, a Ufac terá um ano para corrigir os problemas apontados. Nesse período, o curso fica proibido de receber novos alunos, enquanto que os já regularmente matriculados continuarão recebendo aulas normalmente. Oferecendo uma média de 50 vagas por ano, o curso de Letras de Cruzeiro do Sul tem 160 alunos matriculados e não pode ser extinto enquanto o último deles não concluí-lo.

Já o presidente da Associação dos Professores da Ufac, Raimundo Melo, declarou-se surpreso e ao mesmo tempo indignado com a notícia da interdição: "Isso faz parte da vergonhosa campanha de desmoralização do ensino público que está sendo promovida pelo próprio governo federal, o qual quer privatizar todas as universidades. Nossa greve não foi apenas por salários, mas principalmente para que tenhamos condições dignas de trabalho e assim poder garantir a melhoria da qualidade do ensino".

Ele está convocando uma reunião de emergência dos docentes, nesta quinta-feira, para discutir o assunto. "Nós sabemos o que precisamos para melhorar o ensino, mas o próprio governo não nos atende, por isso vamos movimentar as bancadas federais para defenderem nossa universidade que está cada vez mais ameaçada", advertiu.

Vestibular acontece em março e professores entram em férias

O Conselho Universitário da Ufac definiu ontem à tarde o calendário do Vestibular 2002 e o segundo semestre de 2001. A partir de hoje todas as aulas estão suspensas e só recomeçam no dia 4 de fevereiro do próximo ano, sem interrupção até o término do semestre.

Para quem vai fazer o Vestibular 2002, as datas dos exames foram aprovadas para os dias 10 e 11 de março, a 1ª fase. A decisão desagrada ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), que era a favor do reinício das aulas imediatamente sem férias. A direção do DCE ameaça realizar um movimento de greve dos estudantes.