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Espaço e cidadania Artistas plásticos acreanos inauguram Salão Universitário de Artes

por petrolitano publicado 20/10/2011 12h37, última modificação 20/10/2011 12h37
Jornal Pagina20, 21/02/2001

Rose Farias

O olhar que lançamos sobre uma obra de arte estabelece as relações fundamentais entre os temas por elas abordados (o pano de fundo histórico) e as estéticas que representam (tanto no âmbito individual de cada artista quanto em um mais abrangente, aquele da própria História da Arte).

Como uma corrente que emana do infinito, a arte permanece indispensável. Talvez na atualidade, muito mais do que em outra época, o homem carrega a necessidade de conviver com a arte para recompor seu senso de harmonia, de proporção, de equilíbrio.

Levantar uma discussão, por mais simples que seja, sobre arte entre a comunidade acreana, ávida por cultura, constitui algo que precisa ser trabalhado dia após dia. Pois segundo análise feita pelos próprios operários das artes acreanas, a cultura no Estado durante muito tempo foi totalmente massacrada, deixada de lado, devido principalmente à falta de incentivo cultural dos governos passados.

Mas todo esse descaso ao longo da trajetória da cultura acreana nunca constituiu uma barreira para os talentosos artistas plásticos da terra, verdadeiros guerreiros que munidos por uma inspiração por vezes divina e por outro lado com ares de panfletária, vêem criando suas obras e, saudando os amantes e apreciadores da boa arte produzida por essas bandas de Galvez.

Para mostrar a força desse movimento nas artes plásticas acreanas, principalmente diante da árdua luta por um espaço para expor suas obras, uma galeria de arte, é que grupo engajado de artistas plásticos acreanos retoma o Salão Universitário de Artes, com uma exposição inaugural com os mais expressivos operários dos pincéis e espátulas. "Esse espaço originalmente já existia, mas as administrações passadas o descaracterizaram e transformado-o em espaço funcional. Descobrimos que o espaço seria a solução para engatar um projeto que vislumbramos para o futuro. Para levar cultura à comunidade acreana, nada mais saudável do que começar pelo universo universitário" acrescenta o artista plástico Dalmir Ferreira um dos articuladores do movimento.

O projeto de retomada do Salão Universitário de Artes só foi possível graças à nova administração da UFAC encabeçada pelo reitor Jonas Filho. Para o reitor, segundo adianta Dalmir Ferreira, a abertura de espaços culturais é algo significativo para o fazer cultural acreano, e a instituição representa um forte aliado na valorização da importância da produção artística local. "Levando cultura a comunidade por meio de elementos alternativos estamos sintonizando o homem ao seu ambiente. E estaremos dando oportunidade aos acreanos de exercerem plena cidadania. Em conversas com o reitor Jonas Filho, além do espaço está previsto a criação de um centro de convivência que abrigará diversos ambientes", diz.

Em meio a todo esse movimento cultural das artes plásticas acreanas, o grupo pretende, com o Salão Universitário de Artes, dar inicio a um projeto futuro que diz respeito à criação da graduação em Arte Educação. "A criação de espaços é importante, mas precisamos também colocar a comunidade em contato com a cultura de seu ambiente. Acreditamos que a criação da graduação em arte em educação, uma escola de Belas Artes seria extremamente positivo para estreitar esses laços", salienta Dalmir Ferreira.

O objetivo principal do grupo, no entanto, é oferecer aos professores, alunos e toda a comunidade acreana um ponto de partida que lhes permita, por meio da arte, um olhar minimamente diferenciado sobre a cultura.

Numa promoção da Vice-Reitoria e Pró-Reitoria de Extensão da UFAC em parceria com a Fundação Elias Mansour e Serviço Social do Comércio, o Salão Universitário de Artes será inaugurado dia 5 de março e estará à mostra até o dia 5 de abril de 2001, abrindo o leque com a exposição coletiva dos artistas plásticos Hélio Melo, Jaqueline Mesquita, Ivan Campos, Darcy Seles, Ulisses Sanchez, Zé Matos, Gesileu Salvatore, Paulo Sérgio, Leila Jalul, Waldenizio Rego, Jorge Rivasplata, Dalmir Ferreira, Danilo de S’Acre e Eliane Rudey.