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Acre expõe trabalho na SBPC em Salvador

por petrolitano publicado 08/11/2011 15h31, última modificação 08/11/2011 15h31
Jornal A Tribuna, 12.07.2001

Várias escolas voltadas para a educação infantil em Rio Branco, do ponto de vista da estrutura pedagógica, da organização do currículo e planejamento e da execução e avaliação das atividades de ensino, não cumprem os preceitos determinados pelo Ministério da Educação (MEC).

Trabalho nesse sentido, intitulado A educação infantil em Rio Branco - Uma análise das propostas curriculares e sua prática, escrito pela estudante Taciana Roberta Correia Cordeiro, sob orientação da professora Jailene Ribeiro Soares, ambas do Departamento de Educação da Universidade Federal do Acre (Ufac), será apresentado na 53ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Salvador.

Taciana resolveu se debruçar sobre esse tema depois de um estágio de dois anos, iniciado quando cursava o 4º período de Pedagogia. "A minha investigação se justifica em virtude de que para compreender o desenvolvimento de todo o processo pedagógico, em qualquer nível educacional, é necessário compreender como se organiza sua estrutura didático-pedagógica.

No que concerne à educação infantil, tal compreensão torna-se necessária porque a sistematização desse nível educacional é recente", disse. Ao final da pesquisa, além da descoberta de que vários dos preceitos determinados pelo MEC não estão sendo cumpridos por parte de algumas escolas, a conclusão de que os problemas da educação infantil e da assistência à infância são como a ponta de iceberg e pouco se entenderá sobre a realidade sem um olhar direto para a parte submersa.

"Corre-se o risco de se resumir uma questão importantíssima em debates miúdos de terminologias, falsas dicotomias entre educação e assistencialismo, disputas de míseros recursos entre modalidades e graus de ensino e intermináveis discussões acadêmicas que pouca contribuição trarão para a universalização e a qualidade da educação infantil", explicou.

A reunião da SBPC começa neste sábado e se estende até o dia 19, no campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além desse trabalho sobre Educação Infantil, a Ufac montará cerca de 40 painéis sobre os mais variados temas. A maioria com o resultado de pesquisas realizadas por estudantes ligados ao Programa de Iniciação Científica (Pibic), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A Educação Infantil no Acre

O atendimento educacional às populações infantis de zero a seis anos nos estados da região Norte ainda é insuficiente. Segundo dados apresentados pelo MEC, menos de 10% das crianças nesta faixa etária são atendidas em creches e pré-escola.

Primeira instituição pré-escolar criada no Estado do Acre - quando este ainda era território - em caráter público, no governo de José Guiomard dos Santos, em 1949, foi a Escola Infantil Menino Jesus, em Rio Branco, que funcionou com três salas de aula, onde atendia setenta e cinco crianças, na faixa etária de quatro a seis anos, em apenas um turno.

De 1950 a 1965 a escola funcionou em dois turnos, aumentando o atendimento para um total de 150 crianças. A escola passou a ser muito requisitada e para atender a demanda começou a funcionar com mais turmas, inicialmente oito, depois com 12. Até 1975 não havia no Estado uma política definida para essa etapa da educação.

Ao final do quadriênio 75/78, a matrícula da população pré-escolar, que em 1975 era de 786 crianças, passou para 3.169 em 1978, representando uma expansão de 403,1% no período. De 1975 a 1982, com o programa do MEC-COEPRE, o atendimento à criança de quatro a seis anos na rede estadual passou a ser de 6.594.

Para isso era utilizado todo tipo de espaço físico (clubes, salões, área coberta, pátios de escola, galpões Tc). Era um atendimento totalmente assistencialista. Não importava se os professores tivessem qualificação específica sobre educação pré-escolar ou mesmo freqüentado curso de magistério de 2º ou 3º graus.

Em função disso, constatou-se que nos referidos programas era priorizada a quantidade, em detrimento da qualidade do atendimento. Hoje algumas mudanças já se fazem notar. Casos da instalação de verdadeiras salas de aula de educação infantil nas escolas de ensino fundamental e a construção, nos últimos cinco anos, de escolas específicas para a referida clientela.