Geógrafos da Ufac discutem Reserva Chico Mendes na 53ª reunião da SBPC

“Apesar de se tratar de uma área de preservação ambiental, destinada à atividade extrativa vegetal e a subsidiar a permanência do homem na floresta, a degradação do meio ambiente é presenciada hoje em vários pontos da Reserva Extrativista Chico Mendes.”

A afirmação consta da monografia Os impactos ambientais provocados pelas formas de ocupação na Reserva Extrativista Chico Mendes, que será apresentada na 53ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de autoria da estudante Elisandra Moreira de Lira, sob a orientação do professor José Alves Costa, ambos do curso de Geografia da Universidade Federal do Acre (Ufac).

Os impactos se demonstram em forma de derrubadas e queimadas, principalmente em locais próximos às margens dos rios e igarapés. O que provoca, segundo os dados constantes na monografia, desequilíbrio no microclima local, na rede hidrográfica, nas camadas do solo, além da extinção de tipos vegetais e animais.

E tem mais: a se levar em conta os impactos detectados, bem como as conseqüências futuras para a Reserva e para toda a região acreana, os dois autores entendem necessário que as formas de ocupação e práticas desenvolvidas na localidade sejam urgentemente repensadas. Caso contrário, a médio ou longo prazos pode ruir o conceito de desenvolvimento auto-sustentável, que visa a preservação dos recursos naturais e humanos existentes.

Elisandra e José Alves concluem o seu trabalho afirmando que “é preciso uma conscientização ecológica e social das autoridades competentes, de forma que se possa proporcionar a preservação da área extrativa e a permanência do homem na floresta.. Além disso, toda a população envolvida na Reserva deve estar consciente do seu papel de fiscalizar e preservar seu próprio meio de subsistência”.

A 53ª Reunião da SBPC, este ano sob o tema Nação e diversidade: patrimônio do futuro, vai acontecer na Universidade Federal da Bahia (UFBA), no período de 13 a 19 deste mês.