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Vanguarda Européia Letras Português/Espanhol (4º período) realiza mostra sobre as tendências modernas

por petrolitano publicado 07/11/2011 17h23, última modificação 07/11/2011 17h23
Jornal Página 20, 26.06.2001

Rose Farias


Um estilo no mínimo criativo e irreverente de proporcionar o aprendizado foi o que os alunos do 4º período de Letras Português/Espanhol vivenciaram no último sábado, com a Mostra Vanguarda Européia e Modernismo Português, montada no hall do Restaurante Universitário, Campus Universitário.

Produzida pelos próprios alunos do curso sob a supervisão da professora-doutora Simone de Souza Lima, responsável pela disciplina de Literatura Portuguesa II, a mostra focalizou a Vanguarda Portuguesa, Futurismo, Belle Époque na Amazônia, Dadaísmo, Cubismo e Fernando Pessoa e seus Heterônimos.

“A intenção desse trabalho é tirar o aluno do universo da sala de aula e, com isso, criar uma forma criativa de aprendizado. Quando o aluno parte para a pesquisa ele amplia seu conhecimento e passa a vivenciar uma nova forma de lecionar para seus futuros alunos. Por outro lado, desmistificamos a literatura”, explica a professora Simone Souza.

Os 28 alunos, divididos em grupos, explicavam com desenvoltura e sabedores do assunto os temas da mostra para um público formado por alunos de outros cursos, professores e curiosos.

Os ismos


O grupo que desenvolveu o tema Cubismo, composto pelas alunas Nadir, Darlete e Mariandria, focalizou o assunto sobre dois momentos: o Cubismo na Europa com Braque e Pablo Picasso e o Cubismo no Brasil com sua grande representante nas artes plásticas e Mário de Andrade na poesia.

“O Cubismo no Brasil foi um dos ismos mais importantes dentro do Modernismo. Focalizamos Tarsila do Amaral porque dentro da sua arte ela abrasileirou a proposta cubista com sua estética composta por formas fragmentadas geométricas e as remontou dentro de uma arte abrasileirada”, comenta Nadir.

Os interpretes do Cubismo discorreram sobre a importância do evento, cuja objetivo é instigar o aprendizado fora da sala de aula.

“Para nós, é uma forma de movimentar o meio universitário, proporcionar uma maior integração entre os alunos e interação com os temas artísticos que muitas vezes nos são passados como um bicho de sete cabeças. Com certeza saberemos como interpretar uma arte cubista”, argumenta Darlete.

Os intérpretes do tema Fernando Pessoa e seus heterônimos - Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis - foram unânimes quanto à importância do evento.

“Nós não entendíamos muito sobre esses movimentos. Uma obra impressionista ou expressionista, cubista ou dadaista, sabíamos sobre seus criadores, mas interpretar a obra, perceber o seu valor, era algo distante para nós. Temos certeza de que depois da mostra olharemos a arte com outros olhos. É como saber de nós mesmos”, diz a aluna Hadianne, do grupo Fernando Pessoa e seus heterônimos.

O patwork da Vanguarda Européia estava formado. Completando a mostra, o grupo do Dadaísmo focalizou as manifestações, as obras, a origem e características da poesia Dadaísta, inovando com a receita de como fazer uma poesia dadaísta. Os representantes da Belle Époque na Amazônia trouxeram para a mostra a moda, os costumes, a arquitetura, enfim, a modernidade que surgiu no século XIX, com o advento da Revolução Industrial, quando a borracha converteu-se em máteria-prima para a indústria automobistica, na fabricação de pneus, luvas, magueiras, onde a capital amazonense atravessava uma fase alucinante de fausto. E o Futurismo, de Filippo Tomaso Marinetti, que apresentava como pontos fundamentais a exaltação da vida moderna, da máquina, da eletricidade, do automóvel, da velocidade fundamentais com seu manifesto e principais artistas.