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Alunos da Ufac protestam contra curso de enfermagem

por petrolitano publicado 01/11/2011 11h24, última modificação 01/11/2011 11h24
Jornal O Rio Branco, 15.05.2001

Em meio à Semana Nacional de Enfermagem que acontece de 12 a 20 de maio, os alunos da Universidade Federal do Acre fazem protesto contra as precárias condições de funcionamento do referido curso. Segundo os estudantes não há nada a se comemorar na data. Em carta enviada a esta redação eles fazem um desabafo e temem o futuro incerto.

Curso de Enfermagem da Ufac, o que comemorar?

Salvar vidas ou pelo menos auxiliar nesta missão é uma das maiores graças que o ser humano pode receber. Vimos mui respeitosamente parabenizar todos os profissionais de Enfermagem e, em nome do sonho que temos de poder também atuar nessa área, não podíamos deixar de, na semana em que se comemora esta profissão, registrar nossa profunda tristeza e mágoa, em relação às pessoas que por descaso ou mero desinteresse podam os nossos sonhos.

Somos acadêmicas do Curso de Enfermagem e infelizmente após estarmos no 3º ano do curso supramencionado ainda não conseguimos se quer terminar o 4º período. Nossa dúvida enquanto acadêmicas deste curso nos leva ao campo da filosofia quando passamos horas e horas pensando no porquê da nossa existência na Universidade Federal do Acre.

O Curso de Enfermagem, não se sabe por quê, tem representantes que sofrem de uma profunda apatia, pois vêem as coisas acontecerem ou não acontecerem e nunca se manifestam. Parece-nos que somos testados a cada momento para ver até que ponto resistimos à dor e ao sofrimento, pois toda a alegria que sentimos ao passar no vestibular vai sumindo quando presenciamos a falta de compromisso com o Curso das pessoas que estão à frente dele ou que fazem parte dele.

Quando escolhemos o Curso de Enfermagem, nós o fizemos por afinidade, quando nele entramos, criamos laços de amor com ele e muitíssimo nos dói ver as pessoas que dele fazem parte não o defender, nem lutar pelo seu engrandecimento.

Queremos estudar, queremos ser os melhores profissionais para que possamos ajudar a quem de nós precisar, mas como uma frase feita que sempre nos vem à mente, "tudo parece conspirar contra nós".

Até o velho espírito guerreiro que erguia a voz dos estudantes a fim de buscar soluções para resolver os dos Cursos, parece estar guardado no baú do passado. DCE queremos que nossa voz também chegue a vossa porta. A união faz a força!!! É um clichê, mas é sempre bom lembrar.

Nossa voz não pode calar nesta Semana. Esperamos que ela seja ouvida pelo Governador, pelo Senador, pelo Reitor, pelo Pró-Reitor de Graduação, pelo Chefe do Departamento, pelo Coordenador do Curso e por toda a Comunidade para que nosso sonho não morra largado num leito de enfermaria. Somos seres humanos! Queremos ser enfermeiros e não palhaços. Pagamos nossos impostos e a Constituição garante ensino público, gratuito e de qualidade para todos os brasileiros. Somos brasileiros! Queremos continuar tendo orgulho de sê-lo.

Depois de todo esse desabafo, que nos compreenda o caro leitor, só queremos dizer que não se pode deixar que o Curso de Enfermagem morra por pura falta de socorro. Que a chama incansável que guiava Florence Nightingale quando ia socorrer os feridos não se apague em nossa Universidade por falta de alguém que a mantenha acesa!

P.S.: Bem-vindos, acadêmicos de Medicina. Infelizmente nós não tivemos a mesma sorte.

D'avila Daniela, Kleynianne Medeiros, Susi Cristina, acadêmicas do 4º período de Enfermagem