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Violência X segurança pública

por petrolitano publicado 01/11/2011 11h54, última modificação 01/11/2011 11h54
Jornal Página 20, 31.05.2001

Raimundo F. Souza

Assaltos, crimes misteriosos, chacinas, espancamentos e outros delitos. Setor de combate ao crime, sem reagente para realizar exame residual, com deficiência de técnicos especializados e faltando de equipamentos, além desses problemas emergentes, ainda existe o tráfego e comércio de drogas e a pratica da prostituição infantil. Evidenciando esses problemas presentes na atualidade, não queremos ser entendido nem confundido com um generalista e defensor da profecia alarmista do caos total, mesmo porque, esses ingredientes sempre fizeram parte do cotidiano rio-branquense. No entanto, em quantidade e freqüência muito inferiores.

Atualmente, atingimos a um estágio de tensão e medo, misturados às notícias oficiais e rumores populares que não sabemos, se o esquadrão vive, se morreu e ressuscitou ao terceiro mês, se existem grupos organizados, se existem caçadores de recompensa, se os matadores são bandidos, ou senhores da lei entre outras versões, o que constatamos de verdade, são as ações dessa frente aniquilidora matando gente igual ao Silvestre Stallone nos bons tempos de Rambo, e a sociedade amedrontada, assistindo à catástrofe.

Qualquer cidadão de bom senso, já deve ter se auto-indagado, por exemplo, sobre a situação dessa chacina da semana passada, pois, apesar das explicações oficiais terem esclarecido sobre a atividade de serviço secreto do nosso guardião da lei, mas, no mínimo torna-se incomum encontrar mortos amontoados no mesmo local, bandidos e policiais, ou seja, qual deveria ser o grau de afinidade? Que linha tênue estabelece a fronteira entre as duas categorias? Ou será que o submundo já se encontra tão forte e organizado, conforme já acontece na capital fluminense, a ponto de eliminar o policial que seja identificado distante da proteção da patrulha.

Apesar do acúmulo de questões criminais que se avolumam nas delegacias e outras instâncias da justiça, mas, o esclarecimento desses casos constante de assassinatos não poderá ficar sem solução. Seja esquadrão, grupo organizado, ou bandidos, não se pode deixar essa moda pegar.

Sobre a punição, ou tentativa de recuperação, para os elementos considerados delinqüentes. Não conseguimos entender o porque deles ficarem tão pouco tempo cumprindo suas penas, pois, o que mais se observa são as reincidências, onde bandidos são pegos delinqüindo e quando é conferida a sua folha, constata-se, que já existe várias passagens pela polícia, inclusive, de casos graves de assalto, seqüestro, tráfego de entorpecente, mortes etc., e ele continuava solto e, mais uma vez é pego, depois é solto e volta ao crime. Ou seja, na pior das hipóteses, se de fato, não existir punição severa para o bandido, ele leva a vida que pediu a Deus - sem trabalhar, na malandragem, apenas com o nome sujo, mas, no submundo não necessita atestado de bons antecedente.

Sobre o trabalho de registro dos casos nas delegacias, registros estes, da maior importância para montagem do processo e investigação dos crimes, lamentavelmente são descrições insuficientes, faltando dados essenciais que dificultam a qualificação e instrução do processo, por essa razão, fica muito cômodo para qualquer advogado argumentar-se e colocar qualquer delinqüente em liberdade. Essa questão é muito séria e os bandidos, que não são nada bobos, estão tirando proveito e sendo beneficiados pela situação. A polícia civil, que atualmente foi agraciada com um baita de reajuste, precisa qualificar-se para cumprir melhor essa tarefa fundamental para cumprimento da lei.

Os cidadãos que sobrevivem no submundo, denominados de delinqüentes, bandidos, desajustados, foras da lei etc. Atuam de acordo com suas normas e, à medida que legião cresce, inclusive criando sucursais, ampliando seus negócios, principalmente, no campo da comercialização de drogas. As necessidades vão aumentando e a manutenção dos negócios exigindo ações mais organizadas e melhor planejadas. Se a polícia, no trabalho de prevenção e repressão não atuar de maneira firme e determinada e, a justiça não agir com seriedade na punição dos criminosos.

Já temos exemplos das favelas das grandes cidades (cariocas e paulistas) e sabemos que a nossa periferia está crescendo em ritmo acelerado, precisamos portanto, estar atento aos ensaios dessa sociedade marginal, para não sermos surpreendidos, em um futuro próximo, com dominação de bandidos, transformando locais de Rio Branco em território sobre seus domínios.

Escreve neste espaço às quintas-feiras